Um triste episódio de violência alarmou a cidade de Jales, em São Paulo, onde no último dia 6, enfermeiras foram agredidas por uma acompanhante de paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A notícia chocou a comunidade e levantou preocupações sobre a segurança dos profissionais de saúde em locais de atendimento emergencial.
O ataque e suas consequências
Segundo o boletim de ocorrência, a agressora agrediu a enfermeira e a técnica de enfermagem após se irritar com a demora no atendimento de seu marido, que aguardava transferência através do sistema CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). A Santa Casa de Jales havia negado a internação do paciente devido à falta de um serviço de neurologia, o que deixou a acompanhante visivelmente frustrada. De acordo com relatos, ela partiu para a agressão de forma descontrolada.
“Dessa vez, a agressão foi gratuita. A acompanhante não aceitou a demora na transferência do marido, mesmo sendo informada que a UPA depende do sistema CROSS”, explicou Bianca Mazotti Mendes, responsável técnica pela equipe de enfermagem. Este não é um caso isolado: as funcionárias já haviam enfrentado uma situação semelhante anteriormente, envolvendo um paciente psiquiátrico. O clima de insegurança no ambiente de trabalho já era notável antes do último incidente.
A resposta da UPA e medidas de segurança
Após a agressão, uma série de medidas de segurança foram discutidas. A direção da UPA anunciou a contratação de uma empresa de segurança para atuar nas dependências da unidade. O objetivo é garantir a proteção dos funcionários e a segurança dos pacientes, que também sofrem os efeitos colaterais desse ambiente tenso.
Bianca também informou que as funcionárias agredidas foram afastadas para tratamento e acompanhamento médico. Além disso, elas foram direcionadas ao CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) para receber suporte psicológico, reconhecendo assim a necessidade de cuidar da saúde mental após o traumatizante episódio.
O que pode ser feito para melhorar a segurança?
Especialistas em segurança pública e saúde defendem a necessidade de um plano de ação efetivo para proteger os trabalhadores da saúde. Isso inclui desde treinamentos sobre como lidar com situações de violência até a presença de seguranças armados nas unidades. Além disso, é fundamental sensibilizar a população sobre o papel dos serviços de saúde e a importância do respeito aos profissionais que atuam nestas áreas, muitas vezes em situações extremas e de grande pressão.
As ações não devem apenas focar na repressão, mas também na prevenção da violência, através da educação e campanhas de conscientização que promovam um ambiente harmonioso entre pacientes e profissionais. Um ambiente de trabalho seguro é essencial não apenas para a saúde dos profissionais, mas também para um atendimento de qualidade para os pacientes.
Um chamado à reflexão
A agressão a enfermeiras em Jales é um triste reflexo de uma problemática maior que afeta diversas unidades de saúde pelo país. O compromisso da sociedade deve ser o de garantir segurança aos profissionais que dedicam suas vidas para cuidar dos outros. É necessário um esforço conjunto para criar um ambiente que possibilite o atendimento ao público sem o temor de serem agredidos ou desrespeitados.
A situação em Jales serve como um alerta sobre a fragilidade da segurança nas unidades de saúde e a necessidade urgente de ações efetivas. Proteger quem cuida é um passo fundamental para garantir um sistema de saúde mais humano e seguro. Que a história das enfermeiras agredidas seja ouvida e leve a um clamor por mudanças significativas nas políticas de segurança nas UPA’s e hospitais do Brasil.
Essa situação continua em desenvolvimento, e aguarda-se as ações da UPA e das autoridades sobre o caso. A comunidade local, por sua vez, deve se unir em apoio aos profissionais de saúde, promovendo um diálogo aberto sobre o cuidado e respeito mútuo.