Chegar a uma final da NBA é uma conquista rara e desafiadora. Quando essa jornada inclui a responsabilidade de ser a referência técnica de uma equipe em busca de um título inédito, o peso nos ombros do atleta se torna ainda maior. É exatamente esse o desafio enfrentado por Shai Gilgeous-Alexander e Tyrese Haliburton, os líderes do Oklahoma City Thunder e Indiana Pacers, respectivamente. Além da pressão habitual em quadra, os dois jovens jogadores precisam lidar com as incessantes críticas que surgem das redes sociais. O confronto entre as equipes acontecerá hoje, às 21h, no Paycom Center, após os Pacers terem vencido o primeiro jogo da série.
Os Desafios da Geração Z na NBA
Shai completará 27 anos no próximo mês, enquanto Haliburton, que se destacou na abertura da série, fez 25 anos em fevereiro. Ambos são parte da chamada geração Z, que cresceu acompanhando a ascensão da internet. Entraram na liga em um momento em que suas trajetórias são documentadas postagem a postagem, aumentando a pressão sobre eles.
Recentemente, Haliburton se viu no centro das atenções ao ser considerado o “jogador mais superestimado” por meio de uma pesquisa anônima entre jogadores, publicada pelo portal The Athletic. Esse tipo de avaliação teve repercussão significativa nas redes e se transformou em alvo de provocações nas arquibancadas. Para piorar, Haliburton enfrentou uma crise de saúde mental, que o levou a se afastar temporariamente dos holofotes e a cortar sua interação com os comentários negativos.
A Superação de Haliburton Diante da Crítica
Apesar das adversidades, a trajetória de Haliburton neste campeonato foi marcada pela superação. Ele enfrentou uma lesão na coxa que o afastou de sua seleção para os Jogos Olímpicos de Paris. O seu retorno à quadra não foi fácil, e logo ele experimentou jogos difíceis, incluindo uma partida em que não marcou pontos contra o New York Knicks. O impacto das críticas exigiu um trabalho intenso na saúde mental do jogador.
Durante uma entrevista para o mesmo The Athletic, Haliburton revelou que, inicialmente, tentava usar as críticas como combustível, mas logo percebeu que isso o consumia de maneira negativa. “Fui consumido em um nível que parei de olhar os comentários. Não queria enfrentar as coisas de cabeça erguida, me senti inseguro pela primeira vez”, contou o atleta, refletindo sobre a luta que enfrentou neste percurso.
O Papel de Drew Hanlen
Um dos fatores que ajudaram Haliburton em sua recuperação foi a parceria com Drew Hanlen, um treinador de habilidades que se tornou quase um coach pessoal para o jogador. Hanlen trabalhou junto com Haliburton para que ele pudesse focar no jogo, esquecendo as críticas e concentrando-se apenas no seu desempenho em quadra.
Shai Gilgeous-Alexander: O Impacto das Críticas
No lado oposto da quadra, Shai Gilgeous-Alexander também enfrenta suas próprias batalhas. Desde que se tornou um candidato forte à premiação de MVP (Melhor Jogador da Temporada) e, subsequentemente, o venceu, Shai se tornou alvo de críticas constantes, em grande parte relacionadas ao seu estilo de jogo agressivo que gera muitos lances livres.
As redes sociais frequentemente estampam comentários rotulando-o como “mercador de lances livres” ou “jogador antiético”, uma crítica que |Shai, um atleta experiente, tenta desconsiderar. Pai de Ares, de apenas um ano, ele busca manter o foco na performance e ignora as opiniões negativas à medida que se empenha para levar o Thunder a um título.
Resiliência em Tempos de Crítica
Shai, que tem se mostrado resiliente diante das dificuldades externas, preferiu não se pronunciar publicamente sobre as críticas. Em um podcast, o ex-jogador Richard Jefferson compartilhou que, em conversa com Shai, ele teria revelado gostar de estar no centro das atenções: “Eu amo isso. Significa que estão pensando em mim.” Essa mentalidade pode ser a chave para a suas atuações em momentos decisivos como o da final da NBA.
Conforme as equipes se preparam para o jogo 2 da final da Conferência Leste, tanto Shai quanto Haliburton devem focar não apenas no placar, mas também em como lidar com a pressão que vem das redes sociais e do público. A jornada deles está se tornando não apenas uma competição em quadra, mas uma luta pessoal pela aceitação e superação no cenário da NBA.
