Brasil, 8 de junho de 2025
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Pessimismo que cerca a seleção brasileira é cíclico como o futebol

A seleção brasileira enfrenta um período de incertezas sob o comando de Carlo Ancelotti, refletindo um ciclo de desempenho irregular.

A cada quatro anos, após a frustração em uma Copa do Mundo, uma velha discussão ganha força: o Brasil não produz mais jogadores de alto nível. Essa sensação se intensifica, especialmente após um torneio sem a conquista do título, o que tem ocorrido com uma frequência alarmante. Recentemente, esta reflexão foi trazida à tona pelo jornalista Paulo Vinicius Coelho, da Rádio CBN, que lembrou dos ecos de críticas similares que surgiram após um fracassado empate em 0 a 0 contra o Equador, em 1993. Naquele dia, o Caderno de Esportes do GLOBO trazia a manchete “Brasil lucra com empate”, um reflexo do sentimento persistente que segue pairando sobre a seleção.

O ciclo vicioso do desempenho da seleção

No início da década de 90, a seleção brasileira enfrentava dificuldades com um ataque modesto. Formado por Bebeto e Careca, eles não conseguiram brilhar, resultando na histórica derrota por 2 a 0 para a Bolívia, a primeira da seleção nas Eliminatórias. Esse fracasso foi o ponto de partida para um período de desconfiança que se estendeu por anos. No entanto, o Brasil conseguiu se reerguer, disputando três finais de Copa do Mundo e vencendo duas delas com jogadores que deixaram suas marcas na história, como Romário, Rivaldo e Ronaldo.

Mas, a partir de 2006, uma nova era de secos se instalou. Apesar de um elenco repleto de estrelas, o país não conseguiu mais levantar a taça, indo de uma expectativa fervorosa a uma sequência de frustrações. Apenas Vinícius Júnior conseguiu ser eleito o melhor do mundo em 2022, após um longo período sem reconhecimentos individuais para jogadores brasileiros.

A inquietação da torcida brasileira

Uma das narrativas que emergem é a ideia de que o torcedor brasileiro teria se desapegado da seleção. No entanto, os números parecem contradizer essa percepção. O jogo contra o Equador teve a melhor audiência do ano na TV Globo e, para a partida contra o Paraguai, a fila para ingressos já ultrapassava cem mil pessoas. Esses dados, embora aumentados pela expectativa em torno da estreia do renomado treinador Carlo Ancelotti, refletem uma paixão pela seleção que talvez não tenha se perdido completamente.

A tensão entre expectativa e realidade

Durante a partida em Guayaquil, onde o Brasil jogou sob um sol escaldante e em um gramado considerado ruim, a expectativa da torcida rapidamente se transformou em tédio. A diferença entre o que esperavam ver e o que realmente estava acontecendo era palpável. O autor Mihaly Csikszentmihalyi, em seu livro “Flow”, descreve que o ideal seria atingir um estado de jogo livre, pleno de talento e habilidade, onde jogadores atuam de forma fluida, sem a necessidade de pensar excessivamente sobre suas ações. No entanto, isso exige horas de prática intensa, algo que parece ter faltado recentemente na preparação da seleção.

Comparações entre seleções internacionais

A comparação entre seleções como a Espanha e a França, que protagonizaram um jogo emocionante de 5 a 4, suscita reflexões. Afinal, como a mesma Espanha que brilhou em 2022 ainda enfrenta desafios e até mesmo derrotas, como a eliminação para o Japão? Isso levanta uma questão: estaria tudo ligado a ciclos do futebol? Os níveis de performance dos jogadores são, em grande parte, influenciados pelas condições que lhes são oferecidas nos clubes e nas seleções. Compreender as causas dos altos e baixos no mundo do futebol pode ser mais valioso do que simplesmente buscar respostas fáceis para um problema complexo.

O cenário atual da seleção brasileira sob o comando de Ancelotti nos leva a refletir sobre o futuro. Os ciclos do futebol, com suas incertezas e promessas, engrandecem a narrativa. Em tempos de frustração, é vital estabelecer um diálogo que vá além da crítica imediata, buscando entender o que pode ser feito para que o Brasil retome a liderança no palco mundial do futebol.

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