A festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes, um dos eventos religiosos mais tradicionais da região, teve seu encerramento neste domingo (8) com a incineração dos pedidos e o fechamento do Império na Praça Coronel Almeida. A celebração de 2025, que ocorreu de 29 de maio até agora, teve como tema “Divino Espírito Santo e São Francisco, nosso irmão! Ensinai-nos a contemplar o esplendor da criação”. O evento foi marcado por momentos de fé, emoção e união entre devotos que demonstraram a força da tradição religiosa na cidade.
Uma festa repleta de rituais e devoção
O festeiro João Pedro Mota e os capitães-de-mastro Lizandro Leonardo da Silva Corrêa e Patrícia Aparecida do Espírito Santo Corrêa lideraram a organização do evento, que atraiu inúmeros fieis durante seus dias de celebração. Neste domingo, Data de Pentecostes, a Igreja Católica comemorou a descida do Espírito Santo, cuja importância é reforçada com rituais que simbolizam a renovação da fé e o acolhimento da presença divina entre os fiéis.
João Pedro Mota, em um depoimento tocante, enfatizou o desafio de comandar a festa em meio a dificuldades pessoais. “A partir do momento que você é desafiado a ser um festeiro, você é um devoto na condição de festeiro. Eu sempre reforço isso, deixar isso bem claro que a gente não tem nada especial para ser festeiro”, disse, ressaltando a importância do apoio da comunidade e da família nesse processo.
Despedida e união na fé
A despedida da Festa do Divino começou com a última alvorada, uma cerimônia que simboliza a chegada do Espírito Santo. Os devotos acordaram cedo e se reuniram em frente à Catedral de Sant’Ana, seguindo em procissão pelas ruas do centro de Mogi das Cruzes até as Igrejas do Carmo. Este momento inicial foi marcado por música e oração, simbolizando a alegria e a fé que permeiam a celebração.
Ao longo do dia, a Procissão de Pentecostes envolveu um grande número de participantes, incluindo o bispo dom Pedro Luiz Stringhini e diversas irmandades, que marcharam juntos em um ato de devoção. As irmãs Conceição Aparecida Ruiz Lopes e Juliane Maria Ruiz Lopes, que participam da festa desde a infância e são voluntárias na Casa da Festa, destacaram a continuidade da tradição e a gratidão pela proteção divina, que, segundo Conceição, ajudou na recuperação de seu filho.
Rituais que celebram os dons do Espírito Santo
Durante a procissão, altares foram montados ao longo do trajeto, representando os sete dons do Espírito Santo: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus. Em cada altar, o bispo realizava uma leitura correspondente e soltava uma pomba, simbolizando a libertação e a paz. O evento foi enriquecido por grupos folclóricos que animaram as ruas com danças e cantos, elevando ainda mais o espírito de comunidade e celebração do Divino.
Os momentos mais emocionais ocorreram durante a incineração dos pedidos, onde dezenas de devotos lançaram ao fogo suas súplicas e agradecimentos. A prática, tradicional na festa, serve como uma forma de renovação espiritual, proporcionando um espaço para que os participantes expressem seus desejos, angústias e esperanças.
A última missa e a união da comunidade
Para finalizar a edição de 2025, uma missa de Pentecostes foi celebrada na Catedral de Sant’Ana, reunindo todos os participantes em um ato de fé e gratidão. Dom Pedro Luiz Stringhini conduziu a cerimônia, que reforçou a importância da união e do amor ao próximo, incentivando a continuidade dos laços criados durante a festividade. Essa integração é essencial para a manutenção da tradição e para que os valores da fé e da comunidade se perpetuem nas futuras gerações.
O encerramento da Festa do Divino Espírito Santo em Mogi das Cruzes é, portanto, muito mais do que um ritual de despedida. É um momento de reflexão, homenagem e renovação da fé que reúne famílias, amigos e devotos em torno de uma das mais bonitas tradições brasileiras.
