Brasil, 8 de junho de 2025
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Debates do PT: críticas internas e eleição de novo presidente

Os debates no PT revelam tensões internas e apostas para a nova presidência do partido em julho.

Os debates públicos promovidos pelo PT entre os candidatos à presidência da sigla têm se transformado em um verdadeiro palco para a lavagem de roupa suja, onde críticas e descontentamentos acerca dos rumos do partido e do governo Lula se tornaram proeminentes. Com a escolha de um novo presidente marcada para julho, o ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, surge como o forte favorito no processo eleitoral.

Críticas e propostas nos debates do PT

Durante um recente debate realizado no Recife, o secretário de Relações Internacionais do PT e candidato à presidência, Romênio Pereira, fez duras críticas sobre a condução do partido. Ele destacou a importância de organizar e ampliar o arco de alianças para garantir a reeleição do presidente Lula em 2026, mas reforçou que isso não pode significar abdicar dos valores e compromissos da legenda, tampouco desrespeitar a militância do partido.

Outro candidato, o historiador e membro do Diretório Nacional do PT, Valter Pomar, também não poupou críticas ao se apresentar. Ele questionou qual partido sobreviverá até 2029, disparando perguntas sobre se a legenda deve se adaptar ao neoliberalismo ou se manter fiel à defesa do socialismo. Além disso, Pomar criticou especificamente o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o papel das Forças Armadas. “Precisamos de soberania militar”, afirmou Pomar, enfatizando a necessidade de um ministro da Defesa que defenda a democracia, ao invés de se alinhar com a corporação militar.

Descontentamento com ministros e a situação atual

As críticas não se limitaram apenas à defesa. O deputado federal e ex-presidente do partido, Rui Falcão, também expressou sua insatisfação em relação à política econômica. “É inaceitável viver com uma taxa de juros maior que a política de lesa-pátria feita por Roberto Campos”, declarou Falcão. Ele ainda manifestou um descontentamento em relação ao ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, pela sua hesitação em romper relações diplomáticas com Israel em resposta ao massacre na Faixa de Gaza, questionando a postura do governo em manter relações comerciais com um governo que considera genocida.

O futuro do PT e as próximas eleições internas

A disputa interna no PT promete ser intensa e marcada por um formato aberto, onde a participação dos filiados é democratizada. O Processo Eleitoral Direto do PT (PED) permitirá que qualquer filiado, cujo pedido de filiação tenha sido efetivado até 28 de fevereiro de 2025, possa votar. O primeiro turno da eleição está agendado para 6 de julho, enquanto o segundo deve ocorrer no dia 20 do mesmo mês.

O ambiente já é de tensão, pois o partido enfrenta uma série de debates obrigatórios para os candidatos à presidência. Essa obrigatoriedade, segundo analistas, intensifica as disputas e as pressões internas, gerando um clima de incerteza quanto ao verdadeiro futuro da legenda no cenário político brasileiro.

O Planalto, de acordo com fontes, tentou negociar a desistência do prefeito de Maricá, Washington Quaquá, que poderia concorrer com Edinho Silva, acirrando ainda mais as disputas internas na corrente majoritária do partido, a CNB (Construindo um Novo Brasil).

Com essas movimentações, o que se observa é um Partido dos Trabalhadores dividido, em busca de novos rumos, enquanto a eleição do novo presidente se aproxima e o olhar da militância e da sociedade se volta para as próximas decisões do partido.

Leia mais sobre a eleição do PT aqui.

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