A Administração de Segurança do Transporte (TSA) dos Estados Unidos está em busca de uma solução inovadora para tornar as inspeções em aeroportos menos invasivas. A proposta envolve o uso de tecnologia de realidade virtual, onde agentes conseguem “sentir” os corpos dos passageiros sem a necessidade de tocá-los. Esta iniciativa visa não apenas aumentar a eficiência nos controles de segurança, mas também preservar a privacidade dos passageiros.
Tecnologia de Realidade Virtual em Desenvolvimento
Atualmente, a TSA já implementa um processo de identificação sem contato, que utiliza tecnologia de reconhecimento facial para verificar rapidamente a identidade dos passageiros. Contudo, a nova proposta visa ir além, proporcionando uma experiência de revista virtual. Os pesquisadores da TSA apresentaram o que denominam “Sensor Vestível para Avaliação Física Sem Contato” (WSCPA, na sigla em inglês), uma tecnologia que ainda está em fase conceitual de desenvolvimento.
A ideia é que os agentes da TSA utilizem óculos de realidade virtual e luvas com feedback tátil para realizar a investigação nos passageiros que passam pelos pontos de segurança, sem tocá-los diretamente. Essa abordagem inovadora tem o potencial de transformar a maneira como as inspeções são conduzidas, eliminando o desconforto associado às revistas físicas.
Como Funciona a Tecnologia WSCPA?
De acordo com informações divulgadas pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), a tecnologia vai utilizar sensores sem contato para “registrar os contornos dos objetos” e gerar feedback que irá “replicar fisicamente” o objeto alvo. Isso permitirá uma sensação e avaliação física sem contato direto, garantindo uma execução mais discreta e confortável das inspeções.
A principal vantagem dessa tecnologia é a redução da possibilidade de contato com objetos inseguros, preservação da privacidade dos indivíduos durante o processo de triagem e, ainda, a possibilidade de oferecer consciência física para pessoas com deficiência visual. O dispositivo vestível contará com sensores sem contato, câmeras e um pad de feedback tátil para simular a sensação de toque.
Os sensores sem contato poderão operar através de tecnologias como varredura em milímetros, detecção de luz e mapeamento (LiDAR) ou tecnologia de raios X. Quando um agente usar o dispositivo, ele localizará a passagem sem tocar, transmitindo informações ao usuário através de feedback haptico na luva.
Patente e Futuro da Tecnologia
Embora a tecnologia ainda esteja em fase conceitual, documentos de patente mostram que a TSA vem trabalhando em inovações desse tipo desde 2022. Os gráficos apresentados nas patentes indicam como a tecnologia poderia ser utilizada para fazer revistas em áreas sensíveis do corpo, algo que promete transformar a experiência dos passageiros nos aeroportos.
Um dos aspectos mais relevantes abordados nas patentes é a otimização da experiência do passageiro ao reduzir contatos físicos. Isso não só melhora a eficiência do processo de triagem, mas também protege áreas sensíveis da privacidade. Apenas os usuários dos óculos de realidade virtual terão acesso às imagens geradas, garantindo que apenas partes limitadas do corpo sejam mostradas durante a inspeção.
Ao que tudo indica, as mudanças que a TSA busca implementar na forma como as inspeções no aeroporto são realizadas podem representar um marco no futuro da segurança aeroportuária, onde conforto e eficiência andam lado a lado.
Essa tecnologia é um claro indicativo das possibilidades que a convergência entre segurança e inovação pode trazer, redefinindo a experiência do passageiro em um cenário onde a proteção é primordial.