Neste sábado, o Papa Leo XIV declarou que a Igreja Católica está aberta à possibilidade de estabelecer uma data única para celebrar a Páscoa em todas as denominações cristãs, resgatando um dos objetivos do Concílio de Nicaea, realizado há 1.700 anos.
Papa destaca importância da data comum de Páscoa para a unidade cristã
Durante o simpósio “Nicaea e a Igreja do Terceiro Milênio: rumo à unidade católica-ortodoxa”, realizado na Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma, o pontífice afirmou que o 325 d.C. “é a base do caminho comum que os católicos e ortodoxos têm trilhado desde o Concílio Vaticano II”.
O tema do encontro foi a fé, a colegialidade e a “data da Páscoa”, que o Papa classificou como “uma das metas” do antigo concílio. “Infelizmente, diferenças nos calendários impedem que os cristãos celebrem juntos a festa mais importante do ano litúrgico, causando problemas pastorais, dividindo famílias e enfraquecendo nossa credibilidade na transmissão do Evangelho”, disse.
Soluções concretas para celebrar juntos a Páscoa
O pontífice ressaltou que várias propostas foram apresentadas para que, respeitando o princípio de Nicaea, seja possível celebrar a “Festa das Festas” em unidade. “Neste ano em que todos comemoraram a Páscoa na mesma data, reafirmo a abertura da Igreja Católica para a busca de uma solução ecumênica que permita a celebração comum da ressurreição de Cristo”, afirmou.
Segundo dados recentes, neste ano, a Páscoa ocorreu no mesmo dia para os cristãos do Oriente e do Ocidente, em 20 de abril. As próximas datas compartilhadas serão 16 de abril de 2028, 13 de abril de 2031 e 9 de abril de 2034, reforçando a possibilidade de alinhar os calendários.

A essência da unidade cristã segundo o Papa
No entanto, Leo XIV destacou que a unidade plena “não será, principalmente, fruto de nossos esforços ou de modelos preestabelecidos”. “Ela será um presente recebido — ‘como Cristo deseja e por meio que ele deseja’”, declarou.
Ele lembrou ainda que, ao longo da história, a busca pela unidade não deve ser vista como uma imposição, mas como um dom divino: “A verdadeira comunhão será um presente de Deus, alcançado na misericórdia de Cristo e na oração conjunta”.
O Papa reforçou a esperança de que, em breve, cristãos de várias tradições possam celebrar a Páscoa juntos, fortalecendo o testemunho de fé diante do mundo atual, cada vez mais dividido.
Para saber mais, acesse a nota da CNA sobre o tema.