Brasil, 7 de junho de 2025
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Martin Scorsese para de frequentar cinemas por comportamento do público

O renomado diretor Martin Scorsese desabafou sobre a falta de respeito nas salas de cinema, que o fez evitar essa experiência.

Martin Scorsese, um dos diretores mais aclamados do cinema, revelou em uma recente entrevista que não frequenta mais cinemas devido ao comportamento perturbador de alguns espectadores. A declaração repercutiu entre os amantes da sétima arte, que também têm notado uma crescente deterioração na etiqueta durante as sessões. Ao conversar com o crítico de cinema Peter Travers, Scorsese expressou sua indignação em relação a distrações como conversas excessivas e uso de celulares durante os filmes.

Um desabafo sobre a falta de respeito nas salas de cinema

No blog de Travers, “The Travers Take”, Scorsese, que tem 82 anos, afirmou que a quantidade de ruído e as interrupções têm se tornado insuportáveis. “As pessoas falam ao telefone, saem para comprar lanches e mantém um nível de barulho que consegue ofuscar o que está acontecendo na tela”, criticou o diretor. Ele enfatizou que tais comportamentos trouxeram uma nova dimensão de desconforto à experiência de assistir a filmes.

Em resposta a uma provocação de Travers, que lembrou que, em sua juventude, os jovens também eram barulhentos, Scorsese concordou parcialmente, mas fez uma distinção importante: “Sim, talvez, mas quando falávamos, sempre era sobre o filme e as divertidas discussões que tínhamos a respeito”, contou. Para ele, a essência do cinema como um espaço de concentração e reflexão foi perdida.

A evolução da etiqueta no cinema

Nos últimos anos, a etiqueta no cinema tem sido motivo de preocupação entre críticos e cinéfilos. A ascensão do streaming e o impacto da pandemia de Covid-19 alteraram a forma como o público consome filmes, levando muitos a um comportamento mais relaxado e desrespeitoso nas salas. O que antes era visto como uma experiência comunitária, agora se torna um campo de batalha por atenção e silêncio.

Incidentes de brigas e discussões acaloradas tornaram-se mais frequentes, enquanto atos como jogar comida e manter conversas paralelas se tornaram quase normais. Filmes que buscam atrair os jovens, como “The Minecraft Movie”, apelam para essa nova dinâmica, incentivando uma bagunça como parte da experiência cinematográfica, evidenciada pelo chamado “chicken jockey” que convida as crianças a correrem pela sala.

O papel dos grandes astros na proteção da experiência cinematográfica

Apesar das alterações no comportamento do público, grandes nomes do cinema, como Tom Cruise, continuam a bater na tecla da importância de ir aos cinemas e apoiar as estreias nas telonas. Eles encorajam os fãs a assistir aos filmes em sua forma clássica, destacando a experiência única que as salas oferecem.

Enquanto isso, Scorsese permanece ativo no mundo do cinema, com múltiplos projetos em andamento, incluindo um drama criminal ambientado no Havai, estrelado pelo ator Dwayne Johnson, e uma documentação sobre o falecido Papa Francisco, com quem se acredita que ele realizou a última entrevista.

A frustração de Scorsese ecoa a de muitos que valorizam a experiência cinematográfica tradicional. Este alerta sobre o comportamento do público pode ser um chamado à reflexão e à redescoberta do respeito e da consideração pelos outros nas salas de cinema.

Embora os desafios da nova era digital persistam, a esperança é que as pessoas reconheçam a importância de manter um ambiente adequado para aproveitar a sétima arte em todo o seu esplendor.

Com a palavra agora, o público: será que a etiqueta no cinema pode ser resgatada? Ou estamos condenados a aceitar uma nova realidade em que a sala de cinema se torne um espaço de desordem e falta de respeito?

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