No último sábado, o presidente nacional do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, Gilberto Kassab, desmentiu rumores sobre um possível distanciamento dos partidos de centro e centro-direita da base do governo federal. Em sua visão, a atual movimentação no cenário político é mais um reflexo de uma reacomodação partidária provocada pela formação de federações, que têm reduzido o número de legendas no Brasil.
A readequação do cenário político
Kassab afirmou que a diminuição da quantidade de partidos é uma tendência saudável para o sistema político. “O que existe realmente é uma saudável redução do número de partidos políticos. E, com essa redução, ficam partidos maiores”, ressaltou durante um evento do Grupo Esfera no Guarujá, litoral paulista. Ele enfatizou que partidos grandes devem sempre considerar a possibilidade de lançar candidaturas próprias, seja para cargos no Executivo municipal, estadual ou federal.
Expectativas para a candidatura do PSD em 2026
Quando questionado sobre a dor de cabeça da corrida eleitoral de 2026, Kassab reforçou que o PSD está se preparando para apresentar uma candidatura própria. Ele citou a aliança do partido com o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas também mencionou outras pré-candidaturas, como a do governador do Paraná, Ratinho Júnior, e a do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que já estão em campanha há mais tempo.
Foco em uma candidatura própria
“Portanto, o PSD já tem o seu rumo”, declarou Kassab, ressaltando que qualquer grande partido almeja ter uma candidatura de destaque para a presidência. Ele se mostrou cético em relação ao potencial de derrotar Lula nas próximas eleições: “Esqueça a questão do Lula. Não é Lula ou não Lula.” A fala sugere que Kasab vê o foco do partido em construir sua própria identidade e força política, sem se prender a um confronto direto apenas com o atual presidente.
União partidária e a ideia de federações
Kassab também comentou sobre a articulação de uma possível federação entre o MDB e os Republicanos, uma iniciativa defendida por alguns ministros do governo Lula. Ele classificou essa união como positiva e reiterou sua posição sobre a importância da redução no número de partidos como um fator benéfico para a democracia brasileira. “Defendo muito a união dos partidos, as federações, as fusões, as incorporações. É muito saudável”, afirmou.
Reunião de líderes e preocupações com segurança pública
Durante o evento, que reuniu importantes governadores e ministros da administração Lula, Kassab também abordou tópicos relacionados à segurança pública, enfatizando que este é um tema crucial que deve ser discutido em conjunto com outras esferas do governo. Além disso, ele reiterou a importância de um sistema distrital para as eleições, uma proposta que acredita que pode contribuir para um funcionamento mais eficiente do sistema eleitoral brasileiro.
Conclusões e futuras articulações
Kassab evitou aprofundar a conversa sobre uma nova frente ampla como a que se formou para apoiar a candidatura de Lula em 2022, afirmando que não percebe sinais de que os partidos do centro desejem se distanciar da base atual. Embora os desafios estejam presentes, a clareza sobre as intenções e direções do PSD para o futuro político do Brasil parece estar bem definida segundo as palavras do presidente da sigla.
À medida que 2026 se aproxima, será interessante observar como o PSD e outros partidos de centro e centro-direita irão se articular para fortalecer suas candidaturas e enfrentar os desafios que virão nas próximas eleições. A união e a reestruturação do sistema político brasileiro, conforme defendido por Kassab, podem ter um papel crucial na configuração do cenário eleitoral.