O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou neste sábado que há um movimento positivo de convergência entre o Executivo, Legislativo e setor privado em torno de uma agenda estrutural de equilíbrio fiscal. Para ele, esse ambiente de diálogo representa uma janela de oportunidade para que o Brasil se diferencie positivamente no cenário global.
Sinalizações e o momento de avanço na pauta fiscal
Durante um evento do Grupo Esfera no Guarujá, no litoral de São Paulo, Galípolo ressaltou a importância de o Brasil transmitir um sinal de confiança nesta direção. “É especialmente relevante o país conseguir passar essa mensagem e ter a coragem, como destacou o presidente Hugo Motta, que encontrou no presidente Lula, no presidente Davi Alcolumbre e na equipe econômica uma disposição de sentar à mesa e apresentar esses sinais”, afirmou.
Desafios globais e a sustentabilidade da dívida pública
Ele destacou que o mundo enfrenta atualmente dificuldades relacionadas à sustentabilidade da dívida pública, impulsionadas por eventos como a pandemia e conflitos geopolíticos, que acabaram elevando os gastos públicos. “Se o Brasil conseguir sinalizar uma curva mais positiva de sustentabilidade, o país se diferenciará bastante na atração de investimentos”, reforçou o presidente do BC.
Construção de consensos e o papel do governo federal
Questionado sobre o empenho do presidente Lula na condução da pauta fiscal, Galípolo explicou que esse é um processo que deve ser construído de forma consensual e institucional. “Diferentemente da política monetária, que pode tomar decisões impopulares de forma autônoma, a política fiscal requer articulação entre vários atores”, declarou.
Incerteza fiscal e a comunicação do Banco Central
Ao comentar o impacto da incerteza fiscal sobre a política monetária, especialmente em meio à proposta de aumento do IOF, Galípolo reforçou que a postura do BC tem se pautado por duas palavras: flexibilidade e cautela. “Flexibilidade significa que vamos para a próxima reunião com as opções em aberto, consumindo os dados. Quem interpretou isso como uma possibilidade de não agir, assume um risco próprio”, afirmou.
Ele ressaltou ainda que a cautela é imprescindível em um ambiente de elevada incerteza, e que o Banco Central já adotou uma postura contracionista ao elevar a taxa de juros. “Não é momento de movimentos bruscos”, destacou.
Diálogo e disposição política
Apesar das tensões no campo fiscal, Galípolo reafirmou que há uma disposição ao diálogo por parte do presidente Lula, dos presidentes da Câmara e do Senado, além do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, essa disposição é fundamental para avançar na construção de uma trajetória fiscal sustentável.
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