Brasil, 7 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Fusão do PSDB com Podemos não impede debandada de políticos

A direção do PSDB tenta se reestruturar, mas a migração de deputados já começa a inquietar a sigla.

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) enfrenta um momento delicado em sua trajetória política. Apesar dos esforços da cúpula para fortalecer a estrutura partidária por meio da fusão com o Podemos, o cenário em São Paulo prenuncia um novo esvaziamento na janela partidária de abril próximo. A inquietação já é visível, com parlamentares estaduais e federais manifestando a intenção de deixar a sigla nas próximas semanas, atraídos por mudanças na legislação eleitoral.

A instabilidade do PSDB e a busca por alternativas

O entendimento atual da Justiça Eleitoral afirma que parlamentares que trocam de partido podem perder seu mandato por infidelidade, transferindo o cargo ao suplente imediato. Contudo, uma fusão ou incorporação entre siglas é considerada uma justificativa legítima para a saída. Nesse contexto, líderes do PSDB sugerem que o Podemos poderia ser incorporado ao PSDB, o que dificultaria as saídas imediatas de deputados.

Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), a situação é crítica. A bancada tucana, que conta com nove parlamentares, já perdeu pelo menos quatro deles que consideram a troca de partido como inevitável. A deputada Carla Morando, por exemplo, está em conversas com várias legendas, incluindo MDB, PL, União Brasil e Republicanos. “Estou estudando para onde irei, mas, no PSDB, não fico”, afirmou ela, refletindo a insatisfação crescente entre os membros da sigla.

As consequências da falta de articulação política

O ex-prefeito e atual secretário de Segurança Urbana, Orlando Morando, que já foi próximo do ex-governador João Doria, também está à deriva, vislumbrando uma candidatura a deputado federal, enquanto sua esposa busca se reeleger na Alesp. A desconfiança sobre a direção política do PSDB reflete-se na insatisfação de parlamentares mais antigos, como é o caso de Mauro Bragato, que já estaria em vias de se transferir para o PSD.

Outro nome em destaque é o deputado Carlão Pignatari, que há décadas está filiado ao PSDB e que declarou: “Vou esperar a formalização da fusão, mas, com o atual cenário, é pouco provável que eu permaneça no partido.” Essa sensação de insegurança é compartilhada por muitos, incluindo Maria Lúcia Amaury, que expressou seu descontentamento com a atual gestão do partido: “O PSDB fugiu totalmente das prerrogativas pelas quais me filiei.”

Desafios e perspectivas futuras

Atualmente, o PSDB paulista é sustentado por deputados como Barros Munhoz e Vitor Lippi, com algumas lideranças afirmando que a maioria deve permanecer, pelo menos, até que a fusão se finalize. Contudo, os desdobramentos da fusão com o Podemos ainda suscitam incertezas, principalmente em relação à composição política para as eleições de 2026, onde haverá regras eleitorais mais rigorosas em relação ao fundo partidário.

Recentemente, a executiva nacional do PSDB está avançando em tratativas para fortalecer o partido, o que inclui a fusão com o Podemos, sigla dirigida por Renata Abreu. As conversas visam não só a preservação de espaços políticos, mas também a construção de uma frente mais coesa de atuação política. Contudo, a situação ainda é incerta, e as expectativas de muitos membros do PSDB estão distantes de uma solução rápida e eficaz para os problemas atuais.

O futuro do PSDB perante a fusão e os desafios eleitorais

A fase da fusão ainda requer aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se aprovada, a nova sigla pode contar com um fundo partidário significativo em 2025. No entanto, a capacidade do PSDB de recuperar seu espaço no cenário político paulista e nacional dependerá da capacidade de articulação e unidade de seus membros. O papel da liderança nesse processo pode ser crucial para a sobrevivência e revitalização da sigla.

Em suma, o PSDB, diante de um cenário de incertezas e descontentamento interno, precisa agir com rapidez e eficiência se quiser manter sua relevância no espectro político brasileiro. A fusão com o Podemos pode ser uma oportunidade, mas a resistência interna e a possibilidade de debandada de membros são desafios que ainda precisam ser superados.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes