Em entrevista à observatória europeia OIDAC, o ex-embaixador dos EUA para Liberdade Religiosa Internacional, Sam Brownback, afirmou que organizações cristãs têm sido cada vez mais alvo de processos de sufocamento no Ocidente, como a deplatforming e o encerramento de contas bancárias, com o objetivo de restringir sua atuação pública e debate social.
Operação de sufocamento contra organizações cristãs no Ocidente
Brownback explicou que a técnica predominante na região envolve ações que dificultam a sustentação financeira e a visibilidade dessas entidades, como a recusa de seguros a centros de gravidez pró-vida ou a exclusão de grupos de redes sociais. “A intenção é sufocar, não prender. Não podemos jogar na prisão, mas podemos tentar estrangular ao máximo para que esses grupos não operem”, afirmou.
Segundo o ex-embaixador, a experiência dele próprio serve de exemplo. Em 2022, a Chase Bank cancelou a conta do Comitê Nacional pela Liberdade Religiosa dos EUA, criado por Brownback, sem justificativa aparente após 45 dias de funcionamento.
Importância do papel das redes sociais na denúncia
Durante a entrevista, Brownback destacou que, com o advento das redes sociais, as questões relativas à perseguição religiosa ganharam maior visibilidade e podem ser discutidas de forma mais ampla. “Antes, tínhamos dependência da mídia tradicional, que muitas vezes não cobria esses casos. Agora, qualquer pessoa pode divulgar o que está acontecendo”, explicou.
Ele também ressaltou a importância de não apenas divulgar as denúncias, mas oferecer caminhos concretos de ajuda às vítimas de perseguição. “Quando as pessoas descobrem que essas coisas realmente acontecem, elas passam a apoiar mais”, disse.
Contribuições e trajetória de Brownback
Durante seus anos na política americana, Brownback destacou-se por sua defesa ardorosa da liberdade religiosa, atuando como senador pelo Kansas e depois como governador, até sua nomeação como embaixador em 2018, na administração de Donald Trump. Ele foi o primeiro católico a ocupar a posição, promovendo campanhas para combater a violência relacionada à religião, especialmente no Oriente Médio e na China, onde denunciou a repressão aos uigures.
Impactos da difusão digital na luta pela liberdade religiosa
Para Brownback, a divulgação por meio das redes sociais permite uma maior conscientização global e pode pressionar governos a agirem contra violações. “Não somos mais dependentes somente da mídia tradicional. Agora, podemos colocar as questões na praça pública e ampliar a mobilização”, afirmou.
E ele concluiu, incentivando a participação individual: “Divulguem o que está acontecendo, inclusive com soluções para ajudar as vítimas. Muitas pessoas se surpreendem ao descobrir que há uma luta real contra a liberdade religiosa ao redor do mundo.”