O desaparecimento do escoteiro Marco Aurélio Simon, ocorrido no Pico dos Marins, em Piquete (SP), completa 40 anos neste domingo (8). Este trágico caso é um dos mais emblemáticos do Brasil, gerando teorias e indagações que ainda permanecem sem resposta, deixando a família em busca de um desfecho que parece distante.
O dia do desaparecimento
Em 8 de junho de 1985, Marco Aurélio Simon, então com apenas 15 anos, partiu em uma expedição ao Pico dos Marins, a montanha que possui 2.400 metros de altitude, junto a um grupo de escoteiros. No caminho, um amigo do grupo se machucou e, em um ato de coragem, Marco decidiu seguir em frente em busca de ajuda, desaparecendo misteriosamente naquele momento. Por 28 dias consecutivos, a região foi alvo de buscas intensivas, conduzidas por mais de 300 pessoas, incluindo policiais, bombeiros e voluntários. Contudo, estas buscas e investigações foram encerradas em 1990 sem uma conclusão satisfatória.
Buscas incessantes da família
O pai de Marco Aurélio, Ivo Simon, um jornalista que reside em São Paulo, dedicou sua vida a buscar informações sobre o paradeiro do filho. Ele visitou mais de dez cidades na esperança de encontrar respostas e, conforme relatou em entrevista à TV Vanguarda, sempre recebeu apoio de pessoas que nem conhecia. “Nunca perdi a esperança. Não há um dia que eu não pense no que posso fazer para encontrar meu filho”, afirmou Ivo. O pai acredita que não há elementos concretos que confirmem a morte de Marco, levando-o a considerar a hipótese de que o filho ainda possa estar vivo.
A visão do irmão gêmeo
Marco Antônio Simon, irmão gêmeo de Marco Aurélio, também expressa a convicção de que o irmão não fugiu. “Não faz sentido acreditar que ele tenha abandonado tudo. O desaparecimento foi um acidente ou algo mais”, disse Marco Antônio, enfatizando a dor e a incerteza que a família enfrenta a cada dia.
Reabertura do caso e novas diligências
Após 36 anos de inatividade nas investigações, a polícia de Piquete decidiu reabrir o inquérito em 2021 após receber novas informações sobre um possível local de sepultamento do jovem. As buscas incluíram escavações utilizando equipamentos avançados de monitoramento e cães treinados, mas, até o momento, nada foi encontrado. Recentemente, uma área foi mapeada por um drone equipado com tecnologia de radar, sinalizando cinco pontos onde poderiam estar covas. Durante as escavações, amostras do solo foram coletadas, mas análises laboratoriais não apresentaram vestígios que confirmassem a presença de Marco.
Esperança em meio à tragédia
Apesar das dificuldades e da dor que vem com os anos de busca, Ivo e a família de Marco Aurélio mantêm a esperança de que um dia encontrarão respostas. “Continuamos a esperar que a verdade apareça”, expressou Ivo Simon, com a certeza de que a luta pela justiça e pela verdade não deve nunca parar. A história de Marco Aurélio Simon permanece viva na memória de sua família e de muitos que acompanharam o caso ao longo dessas quatro décadas.
Até o momento, as investigações em curso pela delegacia de Piquete demonstram que, embora os anos tenham passado, a determinação da família e das autoridades em buscar um desfecho para este caso trágico permanece firme. A sociedade continua a observar e a esperar que, finalmente, a verdade sobre o desaparecimento de Marco possa surgir das sombras do tempo.
Assim, a busca de Marco Aurélio Simon é um lembrete da importância de se falar sobre desaparecimentos e de apoiar aqueles que enfrentam o sofrimento da ausência de um ente querido. Que a esperança nunca seja perdida e que, em meio à dor, as famílias possam encontrar o conforto que buscam.