Brasil, 7 de junho de 2025
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Americanos podem estar à beira de um renascimento religioso, diz Ross Douthat

O colunista do NYT, Ross Douthat, sugere que EUA consideram uma revival religiosa após anos de declínio, impulsionado por distrações e polarização

Segundo Ross Douthat, colunista do New York Times e autor, os Estados Unidos podem estar passando por um processo de revitalização religiosa. Em entrevista ao programa “EWTN News in Depth”, ele afirmou que, embora não seja exatamente uma revival, há uma reflexão crescente sobre a fé no país.

Um cenário de incerteza e mudança na religiosidade americana

Douthat descreveu o panorama religioso dos Estados Unidos como “um ambiente muito instável, porém curioso”. Ele destacou que, após um declínio prolongado e tendência de estagnação durante a pandemia de COVID-19, o país está considerando uma possível retomada espiritual.

“Não é que os EUA estejam passando por uma reviver religiosa, mas que estamos pensando se devemos ter uma revitalização da fé”, explicou. Segundo ele, o interesse por religião tem se deslocado do ateísmo radical, como o associado às figuras de Richard Dawkins, para uma busca por sentido tradicional e alternativo até mesmo em áreas como OVNIs e psicodélicos.

A emergência de uma nova conexão com a fé, particularmente entre a Geração Z

O colunista observa que há um aumento no interesse religioso, especialmente entre os jovens da Geração Z. Em alguns locais, como na diocese de Los Angeles e Dublin, há um crescimento no número de adultos que se convertem ao catolicismo, exemplificando uma retomada de interesses tradicionais.

“Ainda há uma parte desse movimento que mistura busca espiritual com temas como OVNIs e experiências psicodélicas”, acrescenta Douthat. Ele aponta que o ateísmo, apesar de sua força no início dos anos 2000, falhou em criar as mudanças sociais prometidas, como menos polarização política e maior bem-estar social.

Razões para uma possível retomada religiosa na cultura americana

Douthat atribui esse possível ressurgimento a crises de polarização, divisão social e ansiedade existencial. “Há muitas pessoas entrando na Igreja ou explorando a fé como resposta ao ambiente incerto”, afirmou.

Primeiras impressões sobre o Papa Leo XIV e sua proposta de unidade

Ao comentar sobre o novo papa, Ross Douthat descreveu Leo XIV como uma figura “unificadora”, “encantadora” e “inscrutável”. Segundo ele, essa misteriosa aura faz parte do motivo de sua eleição.

“O lema episcopal de Leo é ‘In Illo Uno Unum’, ou ‘nele, somos um’. Espero que ele promova essa unidade”, revelou. Douthat observou ainda que, embora o pontificado ainda esteja no começo, há um sentimento de estabilidade e normalidade na Igreja sob sua liderança.

O contexto histórico e os desafios contemporâneos

O colunista destacou que Leo XIII, antecessor com mesma missão, viveu uma época de transformação industrial e tecnológica, inspirando a Igreja a oferecer uma resposta de fé aos novos tempos. Hoje, os desafios incluem as influências do digital e da inteligência artificial, que impactam valores familiares, morais e espirituais.

Sob a perspectiva de Douthat, é crucial que a Igreja reflita sobre o papel dessas tecnologias na formação moral e na relação com o sagrado, especialmente para quem cria os novos valores na atualidade digital.

Entrevista com JD Vance e a tensão entre fé e política

O colunista também conversou com o vice-presidente JD Vance, um católico convertido, sobre como sua fé influencia suas posições políticas, incluindo temas como imigração. Vance defendeu a compaixão pelos cidadãos, mas ressaltou que a fé também requer fidelidade às suas doutrinas.

O relacionamento entre Vance e o papa Francisco também foi mencionado, especialmente após críticas públicas de Vance às políticas migratórias e o entendimento do Vaticano sobre a dignidade dos migrantes, demonstrando a complexidade de uma relação entre fé, política e realpolitik.

Futuro da religião nos EUA

Douthat aponta que, apesar dos desafios, o momento atual pode marcar uma nova fase de busca por sentido na cultura americana. Os sinais de interesse renovado, aliado às fissuras sociais, indicam que a religiosidade pode emergir como uma força de união em tempos de crise.

Para ele, o papel da Igreja será fundamental na orientação dessa renovação, sobretudo ao lidar com as questões morais e espirituais trazidas pela revolução digital e as transformações sociais.

Para conferir a entrevista completa, acesse o vídeo aqui e a matéria original no site CNA.

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