Brasil, 6 de junho de 2025
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STF nega pedido de reavaliação da pena de Débora do Batom

Ministro Alexandre de Moraes vota contra embargos de declaração da defesa de Débora Rodrigues, conhecida por pichar a estátua da Justiça.

O Supremo Tribunal Federal (STF) vivenciou mais um capítulo na controversa história de Débora Rodrigues, popularmente conhecida como Débora do Batom. O ministro Alexandre de Moraes, que atua como relator do caso, votou contra os embargos de declaração apresentados pela defesa da ré. Os advogados pediam a reavaliação da pena de 14 anos aplicada a Débora, alegando que ela deveria ter direito à detração penal, referente ao tempo já cumprido em prisão provisória.

A defesa e os embargos de declaração

A defesa de Débora fundamentou o pedido de reavaliação da pena em sua confissão sobre o ato de pichar a estátua da Justiça, no qual deixou a marca “perdeu, mané”. O objetivo era também solicitar a remição da pena e a correção da sentença, alegando que esta apresentava contradições e falta de clareza.

No entanto, o ministro Moraes negou esse pedido, afirmando que o acórdão já analisava adequadamente todos os aspectos da questão jurídica apresentada. Em suas palavras: “O acórdão recorrido analisou com exatidão a integralidade da pretensão jurídica deduzida, de modo que, no presente caso, não se constata a existência de nenhuma dessas deficiências”.

Motivos da negativa

Além de rejeitar a reavaliação, Moraes destacou que o acórdão condenatório ainda não havia transitado em julgado, o que tornava os embargos de declaração incompatíveis para questionar a decisão já proferida pela Primeira Turma do Supremo. Isso significa que a defesa ainda não esgotou todas as possibilidades de recurso, o que deixa a situação de Débora em uma iminente incerteza jurídica.

“O ofício judicante realizou-se de forma completa e satisfatória”, afirmou Moraes, evidenciando a robustez da decisão anterior.

Contexto da condenação de Débora do Batom

Débora Rodrigues se tornou uma figura polêmica após seu ato de vandalismo em janeiro de 2023, durante os protestos antidemocráticos que marcaram a época. Natural de Irecê, na Bahia, ela gerou grande repercussão nacional após ser fotografada pichando o monumento, uma ação que simbolizou a resistência de alguns grupos aos resultados eleitorais da época.

Em novembro de 2024, Débora pediu desculpas publicamente, alegando não ter plena compreensão do valor histórico e financeiro envolvido na estátua. Essa revelação trouxe uma nova luz para o entendimento de seu ato, mas não foi suficiente para influenciar o julgamento de seu caso.

Decisões e os próximos passos

Até o momento, apenas o voto de Moraes foi proferido no caso. Outros quatro ministros que compõem a Turma ainda devem se manifestar, e a expectativa é grande quanto ao desfecho dessa situação. O desenrolar do processo pode ter implicações significativas, não só para Débora, mas também para a forma como o STF lida com casos de crimes de opinião e vandalismo político.

Debate público e significado

A história de Débora do Batom ilustra um dilema mais amplo sobre a liberdade de expressão e a responsabilidade civil. Ela se tornou um símbolo não apenas por suas ações, mas pela maneira como a sociedade reage e discute questões relacionadas à justiça e à democracia. O caso continua a polarizar opiniões, levantando questões essenciais sobre os limites da expressão e a necessidade de responsabilização.

Com seu futuro em jogo, Débora Rodrigues aguarda os próximos capítulos de uma saga que promete ser marcante para a história recente do Brasil. Enquanto isso, o febril debate em torno do caso permanece vivo entre juristas, cidadãos e a mídia, sublinhando a complexidade das interações entre Justiça, política e sociedade no país.

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