Brasil, 9 de junho de 2025
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Romeu Zema e suas polêmicas com a história e o bolsonarismo

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, provoca discussão ao afirmar que a ditadura militar no Brasil é uma questão de interpretação.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, tem gerado controvérsia em suas declarações recentes ao afirmar que a existência da ditadura militar no Brasil é uma “questão de interpretação”. Sua intenção parece ser de se alinhar com a direita extrema, em especial com o ex-presidente Jair Bolsonaro, desconsiderando a História e os sentimentos das famílias de mortos e desaparecidos durante aquele período sombrio do Brasil. Essa postura reflete uma estratégica política que se distancia do liberalismo que Zema preconizava antes de assumir o governo.

Indulto a Bolsonaro e a afronta à Justiça

Em uma entrevista à Folha de S.Paulo, Zema anunciou sua intenção de conceder um indulto ao ex-presidente Bolsonaro caso ele chegue à Presidência novamente. Essa proposta não apenas desafia o sistema judiciário como também parece ser uma promessa inverossímil, comparável a “vender terreno na lua”. A tentativa de Bolsonaro de libertar Daniel Silveira havia sido anulada pelo Supremo Tribunal Federal, por irregularidades no uso da canetada presidencial.

Mudanças na imagem e discursos contraditórios

Desde a sua eleição em 2018, Zema se apresentou como um político liberal. Contudo, sua postura recente contradiz essa imagem e levanta suspeitas de que ele é apenas um oportunista em busca de votos no eleitorado bolsonarista. Após trocar sua equipe de marketing, passou a abordar temas como ideologia de gênero e banheiros unissex, além de emitir declarações problemáticas, como a comparação de moradores de rua a carros estacionados em locais proibidos que precisariam ser “removidos”.

O homem comum nas redes sociais

Enquanto se esforça para atrair o eleitorado da extrema direita, Zema cultiva a imagem de um homem comum nas redes sociais. Ele já publicou vídeos fazendo atividades do dia a dia, como lavar louça e fazer pão de queijo, além de realizar atos peculiares, como comer uma banana com casca em nome da economia. Por trás dessa imagem de simplicidade, estão os 120 milhões de reais em patrimônio declarado, um legado da sua família no setor varejista.

Contradições no discurso contra privilégios

A retórica de Zema contra privilégios não parece alinhar-se com sua prática. Em um ato controverso, ele aumentou seu próprio salário em 300% e destinou R$ 41 milhões para a recuperação de uma rodovia que passa ao lado de sua propriedade. Além disso, em abril deste ano, ele utilizou um avião oficial para comparecer a um comício de Bolsonaro em São Paulo, levantando questões éticas sobre o uso de recursos públicos.

Descontentamento entre os aliados e desafios políticos

As mudanças na postura política de Zema estavam causando estranhamento e descontentamento entre antigos aliados. João Amoêdo, ex-presidenciável e fundador do Partido Novo, criticou abertamente as ações do governador, afirmando que para conquistar votos dos bolsonaristas, Zema estaria disposto a tudo, desde promessas vazias a atos que ignoram a realidade.

Apesar de suas ambições presidenciais, Zema não atravessa um momento favorável em Minas Gerais. No último ano, ele enfrentou derrotas significativas nas eleições de Belo Horizonte, apoiando candidatos que falharam em obter sucesso nas urnas. Esses episódios ressaltam a fragilidade de sua estratégia política, que Atualmente parece depender do apoio de uma ala conservadora que pode não se materializar nas urnas.

A promessa de indulto e o futuro político de Zema

Embora seu prometido indulto a Bolsonaro possa ser bem recebido entre os apoiadores do ex-presidente, essa proposta não é suficiente para garantir a Zema uma posição sólida nas eleições de 2026. No cenário atual, ele continua a ser visto como o “plano Z” do bolsonarismo, uma opção que pode falhar em conquistar a confiança do eleitorado mais amplo.

Assim, ao pisotear a História e adotar uma postura de alinhamento com o extremismo político, Zema corre o risco de alienar não apenas seus aliados passados, mas também uma parte significativa do eleitorado que busca mais do que alianças baseadas no oportunismo. Resta saber como essa narrativa irá se desenrolar nos próximos anos e quais impactos isso terá sobre o futuro político de Minas Gerais e do Brasil.

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