O mercado de trabalho dos Estados Unidos (payroll) criou 139 mil vagas em maio, número acima da mediana das projeções do mercado, que era de 126 mil. Apesar do resultado positivo, revisões nos dados de março e abril retiraram 95 mil empregos, reduzindo o saldo líquido para apenas 44 mil vagas nos últimos três meses. Essa resiliência da economia americana demonstra força, mesmo diante de incertezas internacionais.
Estabilidade no desemprego e participação da força de trabalho
A taxa de desemprego permaneceu em 4,2% pelo terceiro mês consecutivo, abaixo da estimativa do Congressional Budget Office, que calcula uma taxa natural de 4,4%. No entanto, a participação da força de trabalho caiu de 62,6% para 62,4%, movimento que pode apontar que parte da estabilidade no índice de desemprego deve-se à saída de trabalhadores do mercado, segundo o economista Matheus Pizzani, da CM Capital.
Para Pizzani, isso é um indicativo de que a estabilidade apresentada pode ter sido influenciada pela menor participação da população economicamente ativa, ainda que o desempenho geral da atividade econômica continue positivo.
Setores e evolução salarial
O setor de saúde e cuidados pessoais liderou a criação de vagas em maio, com 62 mil novas posições — bem acima da média de 44 mil nos últimos 12 meses. Segundo análise da Genial, o setor privado foi o principal responsável pelo bom resultado, com saldo de 140 mil postos, enquanto setor público e indústria tiveram perdas de -1 mil e -8 mil, respectivamente.
Já os salários tiveram alta expressiva, com ganho médio por hora de 0,42% no mês, acima da expectativa de 0,3%, atingindo US$ 36,24. Em 12 meses, o avanço acumulado foi de 3,87%, interrompendo uma sequência de cinco meses de desaceleração e indicando maior persistência da inflação.
Perspectivas do Federal Reserve
Apesar do mercado aquecido, os economistas da Genial apontam que o Federal Reserve deve manter uma postura cautelosa de “esperar e ver” até a reunião de política monetária de julho. Segundo Matheus Pizzani, a situação deve obrigar o Fed a sustentar uma política monetária restritiva por um período prolongado, dado o cenário inflacionário persistente, mesmo com sinais de desaceleração econômica.
Impacto na política monetária e cenário internacional
Especialistas avaliam que a desaceleração do crescimento acontecerá de forma gradual, acompanhada pela acomodação da inflação ainda acima da meta de 2%. Esse contexto sugere a manutenção de juros elevados por mais tempo, enquanto algumas economias desenvolvidas já sinalizam movimentos de corte na taxa de juros, refletindo diferenças nas trajetórias econômicas globais.
Mais informações podem ser consultadas no artigo da Globo.