Brasil, 7 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Maná deportado erroneamente ao El Salvador retorna aos EUA para enfrentar acusações

Kilmar Abrego Garcia, deportado de forma indevida em março, voltou aos EUA para responder por suposta participação no transporte ilegal de imigrantes

Kilmar Abrego Garcia, cidadão de Maryland que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador em março deste ano, foi trazido de volta aos Estados Unidos para enfrentar acusações criminais relacionadas ao transporte de imigrantes ilegais, conforme um inquérito federal divulgado nesta sexta-feira.

Deportação inadequada e contestações judiciais

O caso de Abrego Garcia, que entrou ilegalmente nos EUA há anos, gerou revolta nacional, pois contrariou uma ordem judicial federal de 2019 que o protegia de sua remoção para El Salvador. Apesar disso, a administração Trump, à época no poder, ignorou várias decisões judiciais, incluindo uma do Supremo Tribunal, e pôs-se a facilitar sua deportação.

Após sua volta, Abrego Garcia encontra-se sob responsabilidade federal, enfrentando uma denúncia de 10 páginas na Corte Federal de Nashville. A investigação acusa-o de fazer parte da gangue MS-13 e de conspirar para transportar milhares de imigrantes ilegais através do país.

Acusações e reações oficiais

Apesar das alegações sem comprovação definitiva, as autoridades afirmam que Abrego Garcia pertence ao MS-13, considerado uma organização terrorista estrangeira pelo governo dos EUA. A Procuradora-Geral Pam Bondi anunciou oficialmente as acusações durante uma coletiva, agradecendo ao presidente de El Salvador, Nayib Bukele, pela cooperação na devolução do indivíduo.

Bondi afirmou: “Essa é a imagem da justiça americana. Após cumprir sua pena, esperamos que ele seja enviado de volta ao seu país de origem, El Salvador.”

Defesa e perspectivas futuras

Os advogados de Abrego Garcia alegaram que sua devolução nesta sexta-feira mostrou que o governo tinha o poder de trazê-lo de volta, criticando a suposta resistência do governo de impedir sua reintegração. “Hoje, prova-se que a administração tinha a capacidade de agir, mas se recusou a fazê-lo”, declarou Andrew Rossman, advogado do acusado.

O percurso legal de Abrego Garcia agora depende do sistema judicial, que deverá assegurar-lhe o direito ao devido processo, conforme garantido pela Constituição. Sua defesa afirma que a situação demonstra a necessidade de uma revisão das práticas de deportação e da aplicação das ordens judiciais pelo governo.

Implicações e próximos passos

As autoridades anunciam que o acusado deverá cumprir sua pena nos EUA antes de que seja decidido seu destino final, incluindo possivelmente retorná-lo ao seu país de origem após o cumprimento da sentença. A controvérsia continua, levantando debates sobre as políticas de imigração, o respeito às decisões judiciais e o combate ao crime organizado.

A expectativa é que a questão de Abrego Garcia sirva de exemplo para futuras ações semelhantes, além de reacender discussões sobre os limites e responsabilidades do sistema de imigração nos Estados Unidos.

Senador Van Hollen encontra Kilmar Armando Abrego Garcia em El Salvador, em abril de 2025

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes