Brasil, 8 de junho de 2025
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Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central, revela luta por unanimidade na manutenção de juros altos

Ao relembrar sua gestão no Banco Central, Goldfajn conta como conseguiu consenso na manutenção de juros altos em 2016 para conter a inflação

O ex-presidente do Banco Central e atual presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, destacou que conseguiu uma façanha durante sua gestão entre 2016 e 2019: a unanimidade, mesmo “todos contra”, na decisão de manter os juros elevados para conter a inflação fora da meta. Na época, a taxa Selic atingia 14,5%, um nível considerado alto pelo mercado.

A estratégia de manter juros altos e a reputação de Goldfajn

Goldfajn lembrou que, durante seu mandato, enfrentou resistência, inclusive de conservadores, ao defender a manutenção de juros altos. “Consegui uma unanimidade nesse período, todos contra”, afirmou. Segundo o ex-presidente, muitos acreditavam que essa política seria excessiva, até mesmo seu amigo Alfonso Pastore, que na época criticou publicamente a medida. Anos depois, Pastore reconheceu que a decisão foi acertada.

Reputação de conservador sem subir juros

Na série “Conversas Presidenciais”, Goldfajn afirmou que, curiosamente, saiu do comando do Banco Central com a reputação de conservador, mesmo sem ter aumentado os juros. “Sou o único presidente do Banco Central que saiu com a reputação de conservador, sem nunca ter subido os juros, e só baixado o tempo todo. A inflação caiu, e eu saio com essa imagem”, comentou.

Reconhecimento do papel dos servidores na autonomia do Banco Central

Goldfajn também ressaltou a importância do funcionalismo na construção da autonomia do Banco Central, citando exemplos como o Pix, o open finance e a própria independência da instituição. “Quem criou a autonomia? O funcionalismo. Quem criou o Pix? O funcionalismo. O open finance? O funcionalismo”, afirmou. Para ele, valorizar os servidores é fundamental para fortalecer a instituição.

Conselho ao novo presidente do Banco Central

Questionado por Gabriel Galípolo, atual presidente do Banco Central, sobre que conselho dar a quem assume o órgão neste momento, Goldfajn recomendou calma. “99% dessas coisas vão passar”, afirmou. “Então, calma. Não fique tão estressado. As coisas vão acontecer, faça seu trabalho. Todo dia parece que é aquilo lá, mas amanhã vai ter outro. Vamos tentar olhar de uma perspectiva de horizonte que as coisas funcionam.”

Para assistir ao episódio completo, acesse o link da entrevista.

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