Brasil, 8 de junho de 2025
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Falta de medicamento para esclerose múltipla afeta pacientes no centro-oeste paulista

Moradores do centro-oeste paulista enfrentam escassez de Fumarato de dimetilo, crucial para tratar esclerose múltipla, e cobram solução do governo.

Pacientes do centro-oeste paulista enfrentam uma grave crise em relação ao Fumarato de dimetilo, um medicamento essencial no tratamento da esclerose múltipla. A falta do remédio, que deveria ser disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), vem preocupando inúmeras pessoas que dependem dele para controlar a doença. Desde o segundo semestre de 2024, as farmácias do estado têm se mostrado vazias, deixando moradores de cidades como Bauru, Palmital e outras na expectativa de uma solução do governo federal.

Impacto direto na vida dos pacientes

A escassez do Fumarato de dimetilo coloca em risco a saúde e a qualidade de vida de muitos pacientes. O medicamento, que pode custar até R$ 10 mil por caixa com 56 comprimidos — quantia suficiente para um mês de tratamento —, é considerado a única alternativa para muitos que vivem com esclerose múltipla, uma condição que requer tratamentos contínuos e regulares.

Ivana Alves, moradora de Palmital (SP), descreveu a situação angustiante de seu marido, que convive com a doença. “Ele toma o remédio Fumarato de dimetilo há cerca de 10 anos. Foi o único que impediu a progressão da doença. Estamos desesperados, pois já tomamos o último comprimido e não sabemos quando conseguiremos o próximo.” Esse sentimento é compartilhado por muitos outros pacientes, como a servidora pública Thaise Fernanda Cruz, que também se preocupa com a falta do medicamento essencial para sua saúde.

A responsabilidade do governo e a Comunidade

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que a responsabilidade pela distribuição do remédio é do Ministério da Saúde, que tem tonificado a entrega aos estados ao longo do tempo. Contudo, as reduções no volume de medicamentos recebidos têm acarretado atrasos significativos, afetando diretamente a rotina dos pacientes. Em resposta à situação, o governo estadual afirmou que está em diálogo com o governo federal para encontrar uma solução rápida e eficiente para resolver o desabastecimento.

Esclerose múltipla: uma doença complexa

Em entrevista à TV TEM, o neurologista Dr. Leonardo Medeiros explicou que a esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, atingindo uma taxa de 18 casos a cada 100 mil habitantes no Brasil. “O Fumarato de dimetilo atua reduzindo a resposta imunológica, diminuindo a chance de surtos, que, sem o tratamento, podem gerar complicações como perda de força e visão,” esclarece o especialista. A falta do medicamento pode, portanto, precipitar surtos severos.

Tipologias da doença

Existem três formas principais da esclerose múltipla: a forma remitente-recorrente, que é a mais comum e abrange cerca de 85% dos casos, manifestando-se através de surtos que são intercalados com períodos de remissão. A forma primária progressiva exige um acompanhamento mais rígido, pois os sintomas agravam-se com o tempo. Já a forma secundária progressiva se inicia com surtos e remissões, mas posteriormente apresenta uma piora contínua, mesmo na ausência de surtos.

Possíveis soluções e próximas etapas

Diante dessa situação alarmante, é essencial que tanto as autoridades estaduais quanto federais priorizem a regularização do fornecimento do Fumarato de dimetilo. Os pacientes não podem ficar desprotegidos. A luta pela garantia de acesso a tratamentos adequados é um direito constitucional, e é vital que a sociedade civil se una para exigir soluções duradouras para esta crise. A saúde deve sempre estar à frente, e a assistência aos que precisam é um dever do Estado.

Todos os envolvidos, desde médicos, instituições de saúde, até os próprios pacientes e seus familiares, aguardam ansiosamente por uma resposta que possa assegurar que medicamentos vitais voltem a estar disponíveis nas farmácias, garantindo assim um tratamento eficaz para combater as severas consequências desta doença autoimune rara.

Enquanto isso, histórias de luta, resiliência e solidariedade continuam a emergir em meio aos desafios enfrentados. A união e a comunicação entre os cidadãos e as autoridades são essenciais para promover mudanças significativas e garantir que a saúde pública funcione como deveria.

Para mais informações e atualizações sobre a situação dos pacientes com esclerose múltipla na região, acompanhe as notícias através do g1 Bauru e Marília.

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