Brasil, 8 de junho de 2025
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Exercícios em excesso ou em falta podem acelerar o envelhecimento cerebral

Estudo mostra que a quantidade ideal de exercícios para a saúde do cérebro é moderada, evitando extremos que podem prejudicar a função cognitiva.

Um novo estudo realizado na China revela que tanto a falta quanto o excesso de exercícios físicos podem acelerar o envelhecimento do cérebro. Com base em dados de quase 17 mil participantes, a pesquisa evidenciou a existência de uma relação em forma de “U” entre a atividade física e a saúde cerebral, indicando que o equilíbrio é a chave para manter a mente jovem.

A influência da atividade física moderada na saúde cerebral

A pesquisa, liderada por cientistas da Universidade Normal de Hangzhou, utilizou dados do UK Biobank, um dos maiores bancos de dados de saúde do mundo. Os pesquisadores analisaram imagens cerebrais e dados de rastreadores de fitness de 16.972 adultos, com idades variando entre 37 e 73 anos. A conclusão fundamental foi que aqueles que se exercitam moderadamente apresentam cérebros com aparência mais jovem em comparação àqueles que são sedentários ou que se exercitam em excesso.

Relação em forma de “U”

A descoberta do estudo está intimamente ligada à atividade moderada. A análise revelou que as pessoas que praticavam atividades leves, moderadas ou vigorosas tiveram os melhores resultados em saúde cerebral. Isso desafia a crença comum de que “mais é sempre melhor” quando se trata de exercícios, sugerindo que há retornos decrescentes ou até mesmo danos potenciais causados por níveis extremos de exercício.

Os perigos do exercício excessivo

Embora a atividade física seja essencial, o excesso pode ser prejudicial. O estudo sugere que o exercício intenso pode desencadear estresse oxidativo e respostas inflamatórias no cérebro, o que poderia acelerar o processo de envelhecimento. Além disso, os participantes que mostraram sinais de envelhecimento cardiológico apresentaram pior desempenho em testes cognitivos e taxas mais elevadas de trastornos cerebrais, como demência e depressão.

Dados que fazem a diferença

Os pesquisadores utilizaram um algoritmo de aprendizado de máquina chamado LightGBM para prever a “idade do cérebro” com base em mais de 1.400 medições cerebrais. Usando acelerômetros montados em pulso por sete dias, foi possível medir objetivamente a atividade física, desde caminhadas leves até treinos rigorosos, gerando uma imagem mais precisa dos hábitos de movimento reais dos participantes.

Encontrando o equilíbrio ideal

Os resultados apontam que a mediana semanal de atividade dos participantes incluía cerca de 34 horas de atividade leve, 7,7 horas de atividade moderada e apenas 20 minutos de atividade vigorosa. Aqueles que estavam nos quartis mais altos de atividade eram substancialmente mais ativos, em contraste com aqueles que apresentaram níveis muito baixos de atividade.

Implicações para o cotidiano

Para a maioria das pessoas, os achados do estudo não servem como um alerta para reduzir a atividade física, já que o sedentarismo é um problema maior na saúde pública. Porém, a pesquisa sugere que pode haver retornos decrescentes em exercícios extremos quanto à saúde cerebral. Portanto, é aconselhável que aqueles que se esforçam para adotar uma rotina de exercícios intensos pensem em distribuir suas atividades de forma mais equilibrada ao longo da semana.

As limitações do estudo

Este estudo, embora revelador, é uma análise transversal, o que significa que não pode estabelecer causalidade entre níveis de exercício e envelhecimento cerebral. Além disso, a maioria dos participantes eram brancos britânicos, o que pode limitar a aplicabilidade dos resultados a outros grupos demográficos. Em suma, o exercício moderado parece ser o melhor caminho para a saúde cerebral, com a advertência de que a intensidade deve ser cuidadosamente gerida.

Assim, a pesquisa conclui que o “ponto ideal” para a saúde do cérebro está algures no meio: nem muito pouco, nem muito, mas uma quantidade sustentável que mantenha tanto o corpo quanto a mente funcionando no seu melhor.

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