Nos Estados Unidos, foram criadas 139 mil vagas de emprego em maio, conforme dados do payroll, principal relatório do mercado de trabalho americano, divulgado nesta sexta-feira (6). Apesar do avanço, o número mostrou uma desaceleração em relação às 147 mil vagas revisadas de abril, indicando uma certa moderação na geração de postos.
Estabilidade na taxa de desemprego e impacto no dólar
A taxa de desemprego permaneceu em 4,2%, nível considerado historicamente baixo, fortalecendo o cenário de estabilidade econômica. Após a divulgação, o mercado reagiu à notícia e o dólar inverteu a tendência de baixa do início do pregão, passando a subir frente ao real. Por volta das 10h40, a moeda avançava 0,25%, sendo cotada a R$ 5,999.
Perspectivas e opiniões de especialistas
Matheus Pizzani, economista da CM Capital, explicou que o mercado de trabalho americano ainda não foi amplamente afetado pelas recentes mudanças provocadas pelo presidente Donald Trump, especialmente na política comercial. “Na contramão de alguns indicadores, o mercado de trabalho dos EUA permanece resiliente”, afirmou.
Por outro lado, Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics, alertou que “os danos da guerra comercial ainda estão por vir” e que as próximas leituras de inflação provavelmente já refletirão o aumento de preços devido às tarifas de importação impostas por Trump.
Para Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, os dados sugerem que uma recessão está distante, porém a economia americana mostra sinais de desaceleração. Ela ressaltou que o aumento de tarifas pode afetar o crescimento futuro e impactar preços e o mercado de trabalho.
Preocupações e sinais de enfraquecimento no mercado
Apesar dos números positivos de criação de vagas e da taxa de desemprego estável, outros indicadores preocupam. A proporção de trabalhadores empregados em relação à população total caiu para 59,7%, o menor nível desde o início da pandemia. Além disso, o índice que inclui trabalhadores “desalentados”, ou seja, aqueles que pararam de procurar emprego, atingiu 4,2%, o maior patamar pós-pandemia.
Na análise por setores, a indústria sente os primeiros impactos das tarifas anunciadas por Trump, com variação negativa nas vagas criadas em maio. Além disso, os postos de trabalho no governo federal também estão em queda, eliminando 22 mil cargos somente em maio e uma redução de 59 mil desde janeiro, efeito dos cortes promovidos pela administração Trump e de iniciativas do Departamento de Eficiência Governamental.
Segundo especialistas, as incertezas provocadas pelas políticas comerciais do governo Trump podem desacelerar ainda mais o crescimento econômico no futuro, além de influenciar preços e o mercado de trabalho.
Para mais detalhes, confira a matéria completa no site do Globo.