Nesta sexta-feira (6), o dólar passou a operar em queda, fechando em R$ 5,5855, o menor valor desde outubro, após uma semana marcada por tensões entre Estados Unidos e China, além de conflitos internos no governo brasileiro. A bolsa de valores caiu 0,56%, encerrando o dia aos 136.236 pontos.
Mercado reage às disputas políticas e às negociações internacionais
O mercado financeiro acompanha de perto o embate entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk, seu ex-aliado na Tesla. Nesta semana, Trump criticou publicamente Musk por críticas ao pacote orçamentário do governo, agravando o clima de instabilidade. Contudo, sinais de um possível contato telefônico entre as duas figuras ajudaram a aliviar as tensões.
Além das disputas entre figuras públicas, uma conversa de uma hora e meia entre Trump e Xi Jinping, presidente da China, sobre o acordo comercial de 12 de maio, trouxe otimismo aos investidores. Trump afirmou que o diálogo foi “muito positivo” e que trabalhariam para avançar nas negociações.
Impacto das negociações comerciais no mercado financeiro
As discussões entre Estados Unidos e China, além do avanço nas negociações com a União Europeia e Alemanha, ajudam a sustentar o apetite por risco. Por outro lado, o aumento das tarifas de Trump sobre importações de aço e alumínio, que estão praticamente suspensas temporariamente, ainda representam uma ameaça de alta nos custos de produção e inflação.
Ao mesmo tempo, o relatório de empregos nos EUA, o Payroll, divulgado nesta semana, apontou desaceleração na geração de vagas, o que acende um sinal de alerta para o fortalecimento da maior economia mundial e influencia a cautela do mercado.
Fundo interno: preocupações com a política fiscal brasileira
No Brasil, a ausência de medidas concretas para conter o aumento das contas públicas mantém a instabilidade. O governo adia a apresentação do pacote fiscal esperado para a próxima semana, enfrentando pressão para reduzir o aumento do IOF e definir ações que substituam a arrecadação perdida.
Expectativas para o câmbio e o mercado local
O cenário negativo para o câmbio reforça a aversão ao risco dos investidores brasileiros, que também reagem às incertezas fiscais. O dólar acumula uma queda de 2,32% na semana e chega a uma redução total de 9,62% no ano, enquanto o Ibovespa registra avanço de 13,26% no mesmo período.
Especialistas alertam que, apesar da melhora recente, permanecem fatores de cautela, principalmente diante das tensões internacionais e das dificuldades internas de equilíbrio fiscal. Segundo analistas, o mercado continuará atento às negociações comerciais e às ações do governo brasileiro.
Para entender mais sobre as expectativas do mercado e os próximos passos das negociações, acompanhe as notícias no G1 Economia.