A China anunciou nesta sexta-feira (6) a aprovação de licenças temporárias para exportação de terras-raras a fornecedores que atendem as principais montadoras americanas, incluindo General Motors, Ford e Stellantis. A medida, ainda com detalhes incertos, foi revelada por fontes da Reuters e pode impactar as cadeias de suprimento globais de materiais essenciais para setores como automobilismo, tecnologia e defesa.
Licenças de exportação e impacto nas cadeias de suprimento
Segundo fontes familiarizadas, algumas dessas licenças têm validade de seis meses, e ainda não há clareza sobre quais materiais específicos estão incluídos. O governo chinês, principal fonte mundial de terras-raras, busca equilibrar restrições às exportações com permissões pontuais para fornecedores de setores estratégicos. Essas restrições anteriores elevaram tensões comerciais com os Estados Unidos, especialmente após limitações à exportação de minerais críticos em abril.
Reações e movimentações das empresas americanas
Fornecedores das montadoras GM, Ford e Stellantis receberam autorização na segunda-feira para exportar alguns materiais de terras-raras, informou a Reuters. As ações das empresas automotivas reagiram positivamente à notícia: a Ford subiu 2,2%, a Stellantis aumentou 2,4%, enquanto as ações da GM tiveram alta inferior a 1%, destacando o otimismo do mercado diante da possível flexibilização.
Resposta das montadoras e governo chinês
A Stellantis afirmou, em comunicado, estar trabalhando com seus fornecedores para garantir um processo de licenciamento eficiente. A empresa ressaltou que conseguiu lidar com as preocupações de produção sem interrupções significativas. Ainda não há posicionamento oficial do governo chinês, Casa Branca ou das montadoras sobre os detalhes das licenças, que permanecem sob sigilo.
Contexto geopolítico e tensões comerciais
As restrições às exportações de minerais de terras-raras pela China, impostas em abril, agravaram as tensões entre Pequim e Washington, prejudicando setores como energia, defesa e tecnologia. A China controla uma parcela significativa da oferta mundial dessas matérias-primas essenciais para a fabricação de ímãs de alta performance e componentes tecnológicos.
Estados Unidos e China continuam trocando acusações de violações comerciais, enquanto as negociações entre as duas potências permanecem delicadas. Após o telefonema entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, na última quarta-feira, discussões sobre comércio e matérias-primas devem ser retomadas em breve, com autoridades americanas e chinesas planejando encontros ainda nesta semana.
Perspectivas futuras
A decisão chinesa de autorizar exportações de terras-raras para fornecedores americanos aumenta as expectativas de uma possível redução nas tensões comerciais. Analistas avaliam que a medida pode abrir espaço para negociações mais aprofundadas, mas alertam para a persistência de riscos nas cadeias de suprimento globais, especialmente diante do papel estratégico dessas matérias-primas.
Segundo especialistas, a evolução do setor dependerá do andamento das negociações políticas entre Washington e Pequim, bem como das políticas de exportação chinesas para minerais de terras-raras nos próximos meses.