Brasil, 8 de junho de 2025
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Censo 2022 revela queda no número de católicos na Bahia

O Censo de 2022 aponta que 60% da população baiana ainda se declara católica, mas a tendência é de queda.

Os dados mais recentes do Censo 2022 mostram uma significativa mudança no panorama religioso da Bahia. Desde 1940, a porcentagem de católicos no estado vem apresentando uma queda contínua. Em um período que abrange mais de oito décadas, os católicos, que representavam, naquele ano, 98,9% da população, enfrentam uma redução cada vez mais acentuada, especialmente a partir da década de 1980. Este cenário levanta questões importantes sobre as transformações culturais e sociais da região.

Dados do Censo 2022

De acordo com os resultados do Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de católicos na Bahia caiu expressivamente entre 2010 e 2022. Durante esse período, cerca de 728 mil pessoas se desligaram dessa prática religiosa, o que representa uma diminuição de aproximadamente 9,4% na população católica. Esses números são alarmantes e indicam uma mudança no comportamento do povo baiano em relação à religião.

Impactos sociais e culturais

O declínio do catolicismo na Bahia não se limita a uma simples variação numérica. Essa alteração pode ser vista como reflexo de uma transformação social mais ampla.
Muitas vezes, o crescimento de outras denominações religiosas, principalmente do evangelismo e de religiões de matriz africana, tem sido apontado como um dos fatores que têm contribuído para essa diminuição no catolicismo. As novas gerações, que buscam experiências espirituais diversas, têm se afastado da tradicional prática católica, buscando se vincular a grupos que oferecem uma proposta mais alinhada às suas necessidades e convicções.

Desafios enfrentados pela Igreja Católica

Com a queda nos números, a Igreja Católica se vê diante de um desafio significativo: como reverter essa tendência. Em muitas paróquias, observa-se uma tentativa de revitalização das práticas e uma reavaliação das abordagens pastorais. Algumas comunidades têm promovido eventos sociais e culturais para reengajar os fiéis e atrair novos membros, buscando oferecer uma experiência religiosa mais conectada com a sociedade contemporânea.

Novas tendências religiosas

A Bahia, um estado reconhecido pela sua diversidade cultural e religiosa, é também um terreno fértil para a disseminação de novas crenças. Em muitos bairros e comunidades, especialmente nas grandes cidades, o crescimento de igrejas evangélicas é notável e tem atraído uma quantidade significativa de fiéis. Esses grupos frequentemente oferecem uma estrutura comunitária que é muitas vezes percebida como mais acolhedora e inclusiva do que as práticas tradicionais da Igreja Católica. Isso explica, em parte, o deslocamento de fiéis ou até mesmo a relutância de novos membros em se filiar ao catolicismo.

Reflexões sobre a fé na atualidade

A diminuição da presença católica não é um fenômeno exclusivo da Bahia. Em várias partes do Brasil, observa-se uma tendência similar. As novas gerações, mais conectadas e informadas, estão em busca de respostas para suas inquietações espirituais fora do que consideram a religiosidade tradicional. Isso muito tem a ver com o advento das redes sociais e das novas formas de comunicação, que democratizam o acesso à informação e permitem uma variedade de perspectivas sobre questões de fé.

Embora os números sejam preocupantes para a Igreja Católica, eles também representam uma oportunidade para refletir sobre a espiritualidade contemporânea e a maneira como a religião pode se adaptar a um mundo em constante mudança. As instituições religiosas, incluindo a Católica, podem precisar reavaliar suas abordagens para continuar a engajar e apoiar a comunidade em suas necessidades emocionais e espirituais.

Assim, a Bahia apresenta um retrato complexo e dinâmico da religiosidade, evidenciando a evolução das práticas de fé e a busca por uma espiritualidade que ressoe com a vida cotidiana das pessoas. O futuro da Igreja Católica no estado dependerá de sua capacidade de ouvir e se adaptar às novas realidades sociais e culturais.

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