Brasil, 8 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Cardeal Elio Sgreccia: um legado de bioética e dignidade humana

Hoje, celebramos seis anos da partida do Cardeal Elio Sgreccia, um dos maiores nomes da bioética contemporânea.

Neste dia 05 de junho, há exatos seis anos, entrava na Casa do Pai o Cardeal Elio Sgreccia (1928–2019), uma das figuras mais eminentes da reflexão bioética da Igreja contemporânea. Natural de Nidastore di Arcevia, na Itália, Sgreccia consagrou sua vida à missão de integrar fé, razão e ciência na defesa incondicional da dignidade da pessoa humana.

Uma vocação bioética inspirada em Humanae Vitae

Foi sob o impacto da encíclica Humanae Vitae de São Paulo VI que amadureceu sua vocação bioética. Reconhecendo a necessidade de um arcabouço racional sólido para os ensinamentos da Igreja sobre a vida e o amor humano, dedicou-se ao ensino e à pesquisa, tornando-se um dos pioneiros da bioética personalista.

A Bioética Personalista Ontologicamente Fundamentada

Sua contribuição mais reconhecida é a formulação da Bioética Personalista Ontologicamente Fundamentada, onde a pessoa humana—dotada de dignidade intrínseca desde a concepção—é colocada como centro e medida de toda decisão moral. Essa visão, profundamente ancorada na tradição tomista, se opõe aos critérios utilitaristas e reducionistas que marcam boa parte da ética biomédica contemporânea.

Contribuições significativas para o campo da bioética

Sgreccia foi autor de muitas publicações, incluindo o monumental Manuale di Bioetica, uma referência incontornável para estudiosos e profissionais da saúde em todo o mundo. Em 2005, foi nomeado presidente da Pontifícia Academia para a Vida por Bento XVI, cargo que exerceu com firmeza e espírito de comunhão com o Magistério da Igreja. Também neste mesmo ano, fundou a FIBIP (Federação Internacional de Centros de Bioética de Inspiração Personalista), contribuindo para a formação de redes internacionais comprometidas com uma bioética integral.

A formação de profissionais de saúde

Com mais de três décadas de magistério, Sgreccia lecionou ética biomédica na Universidade Católica do Sagrado Coração, onde formou gerações de médicos e pensadores. Manteve fecundas colaborações com figuras como o venerável Dr. Jérôme Lejeune e os Drs. John e Evelyn Billings, promovendo uma cultura da vida enraizada na verdade antropológica do ser humano.

A lembrança de um grande pensador

Seus restos mortais repousam na Basílica dos Santos Ambrósio e Carlos al Corso, em Roma, na capela dedicada a São Tomás de Aquino, um sinal de sua filiação intelectual e espiritual à tradição filosófica realista. Segundo o biólogo e bioeticista Êndel Alves, em tempos de confusão antropológica e ética, o “testemunho do Cardeal Sgreccia permanece como farol seguro para a Igreja e para todos aqueles que buscam, com retidão de consciência, promover uma ciência que não separe a verdade do bem”.

Frases emblemáticas de Sgreccia

O Cardeal costumava afirmar: “A pessoa é a medida de toda ação ética”. E lembrava: “Toda bioética que não parte da realidade da pessoa humana está condenada a relativizar aquilo que deveria defender com firmeza: a vida”. Seis anos após sua Páscoa, a Igreja dá graças por sua vida, seu magistério e sua coragem profética. Que seu legado continue a inspirar aqueles que, em meio às complexas fronteiras entre ciência e moral, trabalham em defesa da sacralidade da vida humana.

O impacto do Cardeal Elio Sgreccia no campo da bioética permanece relevante e inspirador, um verdadeiro legado que ressoa na Igreja e na sociedade contemporânea, lembrando-nos da importância de defender a dignidade de cada ser humano.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes