Brasil, 16 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Bolsonaro afirma ter transferido R$ 2 milhões para filho nos EUA

O ex-presidente Jair Bolsonaro revelou que enviou dinheiro para seu filho, Eduardo, enquanto este reside nos Estados Unidos.

No último quinta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez declarações polêmicas ao sair de depoimento à Polícia Federal (PF), onde confirmou ter transferido “bastante dinheiro legal” para seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Este montante, segundo ele, é para ajudar o deputado licenciado que está morando nos Estados Unidos, em meio a uma investigação que apura supostas articulações feitas por Eduardo para obter sanções contra autoridades brasileiras. O caso levanta questões sobre relações entre o ex-presidente, seu filho e o governo americano.

Contexto da declaração de Bolsonaro

A oitiva na PF faz parte de um inquérito aberto para apurar se Eduardo Bolsonaro tem atuado ativamente para pressionar o governo dos Estados Unidos. O ex-presidente é alvo de um processo penal por sua suposta participação em um plano de golpe de Estado e foi questionado sobre o montante enviado ao filho, que ele afirma ser necessário para o bem-estar da família.

“Eu botei R$ 2 milhões na conta dele, ok? Lá fora tudo é mais caro. Eu tenho dois netos, um de quatro e outro de um ano. Ele está lá fora, eu não quero que ele passe por dificuldade”, revelou Bolsonaro, esclarecendo que o valor depositado em dólar (aproximadamente 350 mil) pode parecer menor, mas visa o conforto da família.

Origem do dinheiro e defesa do filho

Bolsonaro explicou que o dinheiro enviado a Eduardo provém de R$ 17 milhões que recebeu de apoiadores via PIX em 2023, durante uma campanha para quitar multas sofridas durante a pandemia de Covid-19. Este detalhe levanta a dúvida sobre a origem dos recursos apresentados pelo ex-presidente e se eles estão relacionados à sua situação jurídica atual.

Defendendo a ação do filho, Bolsonaro afirmou que Eduardo não atua em nenhuma “atividade de lobby” no exterior, mas sim por questões de direitos humanos e liberdade de expressão no Brasil. Ele disse: “Não é lobby, são fatos que atentam contra os direitos humanos e à liberdade de expressão. O trabalho que ele faz lá é por democracia no Brasil”.

Investigações em andamento

O inquérito conduzido pela PF também investiga supostos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigações de organizações criminosas e a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Eduardo Bolsonaro e seu papel em relação ao pai e à justiça brasileira estão no centro dessa investigação, que envolvem possíveis sanções do governo dos Estados Unidos.

Recentemente, o ex-presidente teve que esclarecer sua relação com Eduardo durante o depoimento. Segundo os investigadores, Bolsonaro é visto como um beneficiário direto das ações do filho. O ex-presidente confirmou que se considera o responsável financeiro pela estadia de Eduardo nos EUA.

Implicações políticas e pessoais

Na declaração dada à PF, Bolsonaro não forneceu detalhes sobre uma reunião que teve com Ricardo Pita, Conselheiro Sênior do Departamento de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental. Ele qualificou essa conversa como um encontro “de teor reservado”, o que pode gerar especulações sobre o conteúdo discutido e suas implicações para a política brasileira.

Além disso, o ex-presidente também se distanciou da situação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está foragida após receber uma pena de dez anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ao negar qualquer conexão financeira ou de qualquer outra natureza com Zambelli, Bolsonaro enfatizou que a relação entre eles se deteriorou desde as eleições de 2022.

A recepção do depoimento

Ministros do STF estão céticos quanto à possibilidade de que Bolsonaro siga o mesmo caminho de Zambelli em termos de fuga. Consideram suas ações até o momento como prudentes e em respeito aos trâmites legais. O seu comportamento durante os depoimentos, onde esteve presente na maioria das oitivas da ação penal, contribui para essa imagem de um réu que colabora com o processo.

Esses eventos estão refletindo um clima de constante tensão no cenário político brasileiro, onde as relações pessoais e financeiras entre figuras proeminentes geram debates amplos sobre ética, legalidade e a estrutura do governo.

Acompanhemos atentamente as desdobramentos desse caso, que poderá influenciar não apenas o futuro de Bolsonaro e Eduardo, mas também a política brasileira como um todo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes