Brasil, 6 de junho de 2025
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Tarifas de Trump sobre aço e alumínio aumentam para 50%, impacto no Brasil e possíveis reações

Estados Unidos elevam tarifas de importação de aço e alumínio para 50%, ameaçando setor brasileiro que é o segundo maior exportador aos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (4/6) o aumento das tarifas de importação de aço e alumínio, agora para 50%, após já terem subido 25% em março. A medida afeta diretamente a indústria brasileira, que neste mercado ocupa a posição de segundo maior exportador, e gera incertezas diante das mudanças no comércio internacional, especialmente com o Brasil tendo vendido 4,1 milhões de toneladas de aço aos EUA no último ano.

Impactos do aumento tarifário no Brasil

  • A elevação das tarifas para 50% sobre o aço e alumínio atinge fortemente o setor siderúrgico brasileiro, que depende do mercado norte-americano.
  • Especialistas apontam dificuldades para absorver as novas taxas, prejudicando a rentabilidade das exportações brasileiras.
  • As medidas aumentam a instabilidade no comércio exterior, elevando os custos de produção de setores que utilizam esses insumos, como automotivo e construção civil.
  • Entidades e o governo do Brasil buscam diálogo com os EUA para negociações específicas e defesa comercial, visando reduzir o impacto negativo.

Reações e análises de especialistas

Leandro Barcelos, secretário do Instituto Brasileiro de Comércio Internacional, Investimentos e Sustentabilidade (IBCIS), avalia que as ações de Trump trazem implicações globais relevantes. Segundo ele, as medidas podem gerar retaliações comerciais e afetar a cadeia produtiva brasileira.

De acordo com Barcelos, o impacto econômico será duplo: de um lado, setores que utilizam aço e alumínio, como a indústria automobilística e de construção, enfrentam aumento de custos, pressionando a margem de lucro e a competitividade.

Por outro lado, uma possível retaliação dos EUA pode criar barreiras às exportações brasileiras, levando o setor a buscar mercados alternativos ou investir na diversificação de insumos. Além disso, a concorrência com países como a China pode se intensificar, afetando a competitividade do aço brasileiro no mercado global.

“Diante desse cenário, é fundamental que o Brasil intensifique as negociações comerciais bilaterais com os EUA para tentar obter uma redução das tarifas, assim como o Reino Unido já conseguiu”, afirma Barcelos.

Conjuntura internacional e resposta brasileira

As ações de Trump geram uma atmosfera de insegurança nas cadeias de produção globais, como explica Lia Valls, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ela destaca que esse cenário de dúvidas prejudica a previsibilidade do comércio exterior, dificultando planejamentos de empresas brasileiras.

Além disso, a pesquisadora evidencia que será difícil para o Brasil absorver as altas tarifas, que prejudicam a margem de lucro de exportadores e elevam os custos internos. Ela também destaca que as tarifas norte-americanas abrem espaço para uma maior competitividade da China na exportação de aço.

Segundo Lia Valls, as pressões internas nos EUA, como as indústrias automobilísticas, contribuem para a manutenção das tarifas, mas o impacto financeiro só será plenamente percebido a médio prazo, após a adaptação do mercado.

Medidas estratégicas e posição do Brasil

A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) destacou que o aumento de tarifas amplia incertezas e reforça a necessidade de defesa comercial coordenada. Para a entidade, o Brasil possui ativos estratégicos, como a quarta maior reserva de bauxita mundial, e uma cadeia produtiva resiliente com alta reciclagem.

A própria Abral sublinhou a importância de uma resposta estratégica e coerente para o Brasil, apontando que o cenário exige uma visão de longo prazo para reforçar a presença nacional nas cadeias globais.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), afirmou que o governo brasileiro já iniciou diálogos com os EUA e criou um grupo de trabalho para tratar as tarifas. Ele reforçou que o Brasil busca diálogo e afirmou que “o Brasil não é problema para os Estados Unidos”.

Segundo Alckmin, as conversas continuarão para aprofundar o entendimento e buscar alternativas que minimizem os efeitos das novas tarifas, garantindo maior previsibilidade ao comércio bilateral.

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Lia Valls, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), comenta que a incerteza gerada pelas novas tarifas prejudica o comércio exterior brasileiro. Ela afirma que é fundamental que o Brasil busque ações estratégicas para responder às mudanças e fortalecer sua posição no mercado global.

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