Em entrevista exclusiva ao g1, Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis na América do Sul, afirmou que consumidores ainda desconhecem que marcas francesas, como Citroën e Peugeot, compartilham tecnologias mecânicas com modelos da Fiat e Jeep. Apesar do desempenho abaixo do esperado desde 2022, a executiva aposta que a integração será percebida pelos clientes em breve, ajudada por lançamentos futuros.
Desafios para Citroën e Peugeot no Brasil
Desde o ano passado, ambas as marcas perderam espaço entre as mais vendidas no país. Segundo dados da Fenabrave, entre janeiro e maio de 2025, Citroën ocupou a 12ª posição com 15.871 veículos vendidos, enquanto Peugeot ficou em 14ª, com 9.166 unidades. Para Cappellano, questões históricas e a escassez de lançamentos recentes contribuíram para esse quadro de baixa performance.
“A presença menor e a falta de novidades reforçam a dificuldade de conquistar o consumidor brasileiro, mas os lançamentos recentes, como Peugeot 208, 2008 e Citroën Basalt, representam uma estratégia de recuperação”, afirmou o executivo.
Integração de plataformas e a questão tecnológica
Apesar da pouca visibilidade, grande parte dos veículos das marcas francesas compartilham plataformas e conjuntos mecânicos com Fiat e Jeep, o que, segundo Cappellano, é uma questão de tempo para os consumidores perceberem. Ele explica que a integração tecnológica é resultado de investimentos na flexibilização de plataformas, que acomodam diferentes tecnologias, como motores híbridos leves (mild hybrid) e elétricos (HEV).
“A estratégia visa ampliar a oferta de produtos, com veículos mais modernos e eficientes, além de fomentar a produção local, reduzindo custos e fortalecendo a competitividade no mercado brasileiro”, detalhou Cappellano.
Foco na inovação e investimentos futuros
A Stellantis anunciou um investimento de R$ 30 bilhões entre 2025 e 2030, com o objetivo de lançar 40 novos modelos. Apesar disso, os modelos mais básicos de entrada não devem ficar mais acessíveis, já que o grupo aposta em tecnologias de ponta para atender diferentes demandas de propulsão e eletrificação.
“Estamos investindo em plataformas flexíveis, que podem receber avanços tecnológicos como híbridos ou elétricos. É uma estratégia de longo prazo para posicionar a marca no futuro da mobilidade”, ressaltou Cappellano.
Perspectivas para o mercado e a recuperação das marcas francesas
O executivo acredita que a combinação de lançamentos, adequada comunicação de mercado e fortalecimento de marca trará melhorias na percepção do público em relação às marcas citadas. Ele destaca que a atualização de imagem e a ampliação de oferta são essenciais para reconquistar o espaço perdido ao longo dos últimos anos.
“Embora o mercado de SUVs continue forte, a diversificação de modelos mais acessíveis, integrados tecnologicamente, será fundamental para retomar o crescimento. É uma questão de tempo para essa mudança se consolidar”, concluiu Cappellano.
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