Brasil, 7 de junho de 2025
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Responsabilidade das redes sociais é tema central em julgamento no STF

Ministro André Mendonça enfatiza que apenas a Justiça deve decidir sobre casos complexos nas redes sociais.

Durante o julgamento que discute a responsabilidade das redes sociais por conteúdos ilícitos postados por usuários, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, destacou que não cabe às plataformas digitais analisarem casos complexos, sob o risco de comprometer a relevância do Poder Judiciário. Essa afirmação se deu no contexto do debate sobre como lidar com discursos de ódio, desinformação e outros crimes que circulam na internet.

A importância da decisão judicial

No início de seu voto, Mendonça enfatizou que a definição sobre situações mais complexas deve ser exclusivamente atribuída à Justiça. Em sua visão, a transferência dessa responsabilidade para algoritmos e plataformas digitais pode esvaziar a authority do Judiciário. “Trata-se de um direito fundamental que é condição de possibilidade do próprio regime democrático e do Estado Democrático de Direito”, declarou o ministro.

“Como conclusão desse específico argumento, permito-me consignar a posição pessoal que, à luz de tais elementos, a transferência ao algoritmo da missão de decidir os casos complexos culmina por esvaziar a relevância do próprio Poder Judiciário”, afirmou Mendonça.

Desafios e interrupções durante o julgamento

Durante o julgamento, o ministro André Mendonça enfrentou um imprevisto técnico quando seu computador travou, o que gerou risadas entre os colegas. Antes da falha, ele discutia o papel das plataformas como “guardiãs” das redes, insistindo que sua atuação não deve se restringir apenas à relação entre o indivíduo e o Estado. A falha técnica aconteceu durante um momento crucial de sua argumentação, interrompendo a leitura do seu voto.

“Equipamento aqui falhou”, disse Mendonça, eliciting uma resposta bem-humorada de um de seus colegas, o ministro Dino: “É um colapso, né? Por isso tem que ter responsabilização… Acho que dá danos morais”, brincou Dino, causando risos na sala. Após a interrupção, Mendonça enfatizou a necessidade de ter um “material impresso” como backup, em referência ao documento com seu voto ao lado.

Considerações finais e o papel das plataformas

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também entrou na conversa descontraída, perguntando a Mendonça sobre a plataforma que estava utilizando no momento, em tom de brincadeira. Mendonça esclareceu que estava utilizando um “leitor de texto” e que tinha optado por ler seu voto impresso para evitar mais falhas técnicas.

Esse episódio divertido, embora tenha causado algumas interrupções, não diminuiu a gravidade do debate central sobre a responsabilidade das plataformas digitais. As questões levantadas por Mendonça refletem preocupações mais amplas sobre a regulamentação da Internet e como equilibrar liberdade de expressão com proteção contra abusos virtuais.

Assim, o julgamento em curso no STF não só discute a responsabilidade das redes sociais, mas também a própria natureza do Estado democrático e a importância da Justiça na mediação de conflitos que emergem na era digital.

O debate continua a ser de grande relevância, não apenas para advogados, políticos e acadêmicos, mas para toda a sociedade. Afinal, entender os limites e a responsabilidade das plataformas digitais é essencial para garantir um ambiente virtual mais seguro e justo para todos.

Leia mais sobre o tema aqui.

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