O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), tem chamado atenção para os avanços na segurança pública em seu estado, enfatizando a importância de políticas eficazes e da comunicação entre o governo e as forças de segurança. Em uma entrevista ao portal Metrópoles, Casagrande argumentou que é vital que as lideranças progressistas no Brasil abordem o tema da segurança de maneira proativa e assertiva, a fim de propagar uma imagem mais forte e coesa entre seus apoiadores.
A posição progressista sobre a segurança
Casagrande lembrou que, historicamente, o campo progressista tende a ter dificuldades em discutir a segurança pública, um tema que muitas vezes suscita debate acalorado dentro da política. Ele destacou que é necessário se comunicar abertamente com os policiais e desenvolver políticas públicas que promovam um equilíbrio entre o respeito aos direitos humanos e a necessidade de punir de forma justa aqueles que cometem crimes. “Devemos conversar, tratar com policiais e garantir que as medidas de segurança respeitem os direitos de todos, mas que também mostrem firmeza contra o crime”, afirmou Casagrande.
Defesa de penas mais duras
Além de solicitar uma postura mais ativa, o governador defendeu a adoção de penas mais severas para crimes como homicídio, ressaltando a gravidade desses atos. Para ele, “homicídio é o crime mais violento que alguém pode cometer” e, portanto, deve ser tratado com seriedade no âmbito da política de segurança pública.
Os dados de segurança no Espírito Santo mostram um cenário favorável. Em maio deste ano, o estado registrou 64 homicídios, a menor taxa mensal desde 1992. No entanto, este dado positivo se contrapõe a um aumento de 25,86% na letalidade policial em 2023 e 2024, conforme informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Casagrande explicou esse aumento citando a evolução no armamento disponível para os grupos criminosos e a necessidade de a polícia se adaptar a esse novo contexto para garantir a segurança da população.
Recentes casos de abuso policial
A discussão sobre segurança pública no estado ganhou novos contornos após a prisão de três policiais militares envolvidos em um caso de abuso. Eles são acusados de arremessar um jovem de 17 anos de uma ponte. Este evento trouxe à tona a importância de promover um debate sobre respeito aos direitos humanos dentro da atuação policial. Casagrande afirmou que sua administração trabalhará para que qualquer ato desmedido por parte de policiais seja investigado e punido de acordo com a lei.
“Avançamos na punição imediata através da investigação da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar. Se houver abuso de poder, a responsabilidade deve ser imediata”, declarou Casagrande, ressaltando que é fundamental manter a confiança da população nas forças de segurança.
Implementação de tecnologia na polícia
Outra proposta do governador inclui a implementação de câmeras corporais para os policiais. Segundo ele, essa iniciativa visa proporcionar segurança tanto para os agentes quanto para os cidadãos, criando um mecanismo de accountability. “Essas câmeras vão proteger o policial que age adequadamente e também vão inibir qualquer desvio de conduta”, destacou. Com esses dispositivos, espera-se que ações abusivas sejam diminuídas e que a transparência nas operações policiais aumente.
O cenário da segurança pública no Espírito Santo, como bem observa Casagrande, é complexo e exige um esforço conjunto entre governo, forças de segurança e sociedade. O governador acredita que a abordagem progressista deve incluir uma postura firme contra crimes, mantendo, ao mesmo tempo, um compromisso claro com os direitos humanos. A construção de uma política de segurança que equilibre esses aspectos pode ser um diferencial não apenas para o Espírito Santo, mas tornar-se um modelo para outras regiões do Brasil.
À medida em que os debates sobre segurança pública seguem em alta no país, é essencial que figuras como Casagrande mantenham a discussão aberta, buscando sempre a melhoria das condições de segurança e a proteção dos direitos dos cidadãos. O futuro da política de segurança no Brasil pode depender da disposição dos governantes em enfrentar esse desafio com coragem e responsabilidade.
