Uma nova pesquisa realizada pela Genial/Quaest indica um cenário intrigante para a corrida presidencial de 2026. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (5), revela que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se consolidou como a favorita entre os eleitores que se identificam com a ala bolsonarista, especialmente em um cenário que não conta com a presença de Jair Bolsonaro, que permanece inelegível até 2030.
Preferência por Michelle Bolsonaro
O estudo demonstra que a preferência por Michelle entre os bolsonaristas supera a soma dos percentuais que favorecem seu filho, Eduardo Bolsonaro, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Para 44% dos eleitores que se declaram seguidores de Bolsonaro, a ex-primeira-dama deve ser a escolhida do ex-presidente, caso ele não consiga se viabilizar como candidato no próximo ano. Essa preferência quase triplica em relação à de Tarcísio, que possui 17%, e é quase cinco vezes superior à de Eduardo, que conta apenas com 10% das intenções de voto.
A evolução do apoio a Michelle
Michelle Bolsonaro, sem nunca ter ocupado um cargo eletivo, tem conquistado apoio significativo dentro da base que ainda se identifica com o ex-presidente. Nos bastidores, ela conta com a simpatia de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e actualmente dirige o PL Mulher. As expectativas são altas para sua possível candidatura ao Senado pelo Distrito Federal, onde pode solidificar sua presença política.
Desempenho em comparação a outros candidatos
O levantamento aponta que Michelle também se destaca em relação a outros nomes da direita, como o ex-coach Pablo Marçal, que terminou a disputa pela prefeitura de São Paulo em terceiro lugar com apenas 6% da preferência, a mesma quantia obtida pelos governadores Ratinho Júnior (PSD-PR) e Eduardo Leite (PSD-RS). O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), aparece em último lugar neste grupo, com apenas 1% da intenção de votos entre os eleitores bolsonaristas.
O clima entre os bolsonaristas
Os dados da pesquisa também indicam que Tarcísio de Freitas, por sua vez, está em uma posição mais favorável entre os eleitores que se consideram “mais à direita”, mas sem a marca bolsonarista, onde possui 32% da preferência em comparação aos 24% de Michelle. A liderança de Michelle, no entanto, revela um aspecto fascinante da dinâmica política atual, onde o legado do ex-presidente ainda carrega um peso considerável.
A dinâmica de apoio entre Bolsonaro e Michelle
Jair Bolsonaro, que havia demonstrado resistência a apoiar uma candidatura presidencial da esposa, parece estar mudando de atitude. Ontem, ele fez um aceno direto a Eduardo ao compartilhar nas redes sociais uma reportagem em que o filho se coloca à disposição para a corrida presidencial, o que sinaliza uma tentativa do ex-presidente de manter sua influência mesmo fora do cenário eleitoral.
Implicações para a futura corrida eleitoral
A pesquisa da Genial/Quaest, que entrevistou 2.004 eleitores entre os dias 29 de maio e 1º de junho, mostra um quadro repleto de nuances para as próximas eleições. Embora a preferência por Michelle Bolsonaro destaque seu crescimento político, as variáveis em jogo, incluindo o apoio de Jair e as movimentações de Tarcísio, não devem ser subestimadas. Todas essas informações indicam que a disputa na direita bolsonarista continua complexa, com Michelle, Tarcísio, e Eduardo, todos jogando cartas importantes rumo à Presidência.
Integrar esses componentes ao discurso político ao longo dos próximos meses será crucial para qualquer candidato que se pretenda à sucessão de Jair Bolsonaro, principalmente considerando sua fiel base de apoio, que poderá ser determinante no resultado final. O embate está apenas começando, e as estratégias eleitorais devem se intensificar na busca por consolidar o espaço que resta no legado bolsonarista.
Com tudo isso, fica claro que Michelle Bolsonaro não apenas está no jogo, mas se tornou uma jogadora-chave na arena política brasileira.