Na última quarta-feira (4), o Hospital Getúlio Vargas (HGV) realizou um procedimento de alta complexidade em um recém-nascido de apenas seis dias diagnosticado com uma grave cardiopatia congênita. A intervenção, chamada atriosseptostomia, foi conduzida por uma equipe especializada, com o objetivo de estabilizar o bebê até que ele possa passar por uma correção cirúrgica definitiva.
Detalhes do procedimento e equipe envolvida
O cirurgião responsável, Miguel Azevedo, explicou que o bebê nasceu com múltiplos defeitos no coração e nas grandes artérias. Diante da delicadeza do quadro e da fragilidade do paciente, a equipe decidiu optar por uma abordagem menos invasiva. “Fizemos um tratamento conhecido como atriosseptostomia. Através de um cateter balão, aumentamos um pequeno orifício no coração, permitindo uma melhor circulação sanguínea. Isso melhora a dinâmica cardiovascular e dá tempo para que o bebê cresça e ganhe peso, tornando a cirurgia corretiva mais segura”, detalhou o médico.
É importante ressaltar que esse procedimento envolveu uma complexa rede de assistência, composta por profissionais experientes em intervenções pediátricas. Uma colaboração fundamental ocorreu com a Nova Maternidade Dona Evangelina Rosa e sua equipe de cardiopediatras, além do suporte da equipe responsável pelo transporte do recém-nascido ao HGV. “E não podemos esquecer toda a equipe da UTI na MDER, que cuida da recuperação do bebê no pós-operatório”, destacou Azevedo.
O procedimento foi realizado em um contexto desafiador, uma vez que o HGV é um hospital voltado predominantemente para adultos. No entanto, a especialista em cardiopediatria colaborou de forma eficaz com a equipe do HGV para garantir a segurança e o sucesso do tratamento.
O papel do HGV na saúde pública
O HGV destaca-se por ser a única instituição do estado a oferecer um serviço de Hemodinâmica, com um corpo clínico composto por médicos, enfermeiros e auxiliares qualificados para realizar intervenções tanto em adultos quanto em crianças na rede pública de saúde.
A diretora-geral do HGV, Nirvania Carvalho, fez um pronunciamento sobre o avanço da instituição no cuidado de crianças com doenças cardíacas. “O hospital tem dado passos importantes neste ano no tratamento das cardiopatias congênitas. Esse procedimento é mais um marco no nosso compromisso com a saúde pública especializada”, afirmou.
Expectativa de recuperação e futuro do bebê
A expectativa é que o bebê apresente uma evolução clínica satisfatória, o que permitirá que, em breve, seja submetido à cirurgia definitiva para correção da cardiopatia. “O HGV cumpre seu papel como hospital de alta complexidade, realizando cada vez mais procedimentos e fortalecendo sua atuação na assistência à população”, concluiu Dirceu Campêlo, superintendente de Média e Alta Complexidade da Secretaria da Saúde (Sesapi).
A realização desse procedimento representa um passo significativo na luta contra doenças cardíacas em recém-nascidos no Brasil, demostrando que, com o empenho de equipes multidisciplinares e a colaboração entre distintas instituições, é possível oferecer esperança a famílias que enfrentam desafios tão complexos.
