Brasil, 6 de junho de 2025
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Desafios e esperanças dos cristãos na Síria em momento histórico

O arcebispo Jacques Mourad destaca as dificuldades e esperanças de uma geração síria marcada pela guerra e pela pobreza.

Recentemente, o arcebispo de Homs dos Sírios, dom Jacques Mourad, compartilhou em coletiva de imprensa online a resiliência e os desafios enfrentados pela população síria, especialmente os cristãos, em um cenário histórico e delicado. A Síria, que tem enfrentado uma prolongada guerra civil e as consequências devastadoras de um terremoto em 2023, vive agora uma nova fase político-social que poderá definir o futuro das novas gerações.

Uma esperança renovada para o futuro

A recente mudança de liderança na Síria, com a saída do presidente Bashar al-Assad e a ascensão de Ahmed Al-Sharaa, trouxe uma renovada esperança aos sírios, que, após anos de sofrimento e precariedade, começam a ver uma luz no fim do túnel. Dom Mourad ressaltou que, neste momento, é necessário mais do que simplesmente sobreviver; é imprescindível que todos se unam para construir um futuro próspero para os jovens da nação. “Devemos trabalhar com coragem, tomando decisões concretas que visem melhorar a vida dos jovens, principalmente nas áreas de educação e saúde”, afirmou o arcebispo.

Um cenário instável e preocupante

Apesar do novo governo, a situação na Síria ainda é alarmante. O arcebispo Mourad explicou que a presença militar significativa e os postos de controle nas ruas, especialmente em sua cidade natal, Homs, criam um clima de insegurança que leva muitas famílias, especialmente cristãs, a considerar a emigração como única alternativa. “Infelizmente, muitas dessas decisões não ajudam a reverter a economia já fragilizada da região”, lamentou.

As condições de vida tornaram-se insustentáveis para muitas famílias, que frequentemente enfrentam dificuldades para conseguirem alimentos, água e até mesmo bens básicos como gasolina, que são inacessíveis devido ao elevado custo. “Em alguns casos, as famílias são forçadas a se contentar com uma única refeição por dia, e muitos estão à beira da fome”, destacou Mourad. “A dignidade humana dos sírios foi severamente afetada, sendo que muitos não têm acesso a água potável, a não ser uma vez por semana.”

O papel vital da Igreja

Neste contexto de adversidade, a Igreja desempenha um papel fundamental ao oferecer apoio e auxílio à população. O arcebispo expressou sua gratidão aos benfeitores da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre e a todas as iniciativas que têm ajudado os cristãos a resistirem diante das dificuldades extremas. “Devemos ser uma ponte de esperança e apoio para as famílias em tempos de crise”, ressaltou dom Mourad.

Com o fim das sanções à Síria, uma nova esperança surge no horizonte, possibilitando o surgimento de novas iniciativas e oportunidades de emprego. Contudo, o arcebispo também advertiu que a pobreza e o desemprego podem gerar tensões internas que precisam ser cuidadosamente geridas. Ele reafirmou a importância da diversidade religiosa e étnica da Síria, afirmando que “não podemos imaginar uma nação que não seja como a nossa”. Apesar das dificuldades, os cristãos na Síria ainda conseguem vivenciar suas tradições e rituais, embora com precauções, uma vez que a segurança não pode ser garantida em todas as ocasiões.

Inspiração e coragem do Papa Leão XIV

Por fim, ao responder às perguntas dos jornalistas, o arcebispo Mourad compartilhou suas reflexões sobre o encontro que teve com o Papa Leão XIV. “O Santo Padre nos infundiu coragem ao falar sobre o futuro da nossa Igreja, enfatizando a importância de preservar nossa identidade e liturgia”. Estas palavras de incentivo são cruciais para continuar a luta pela sobrevivência e dignidade dos cristãos na Síria.

Enquanto a nação caminha por tempos incertos, a resiliência do povo sírio e o papel da Igreja na reconstrução do país permanecem mais importantes do que nunca. A esperança de um futuro melhor e a determinação de promover mudanças são fundamentais para que as novas gerações se sintam motivadas a ficar e contribuir para a sua pátria.

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