Representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-PI) e da Secretaria das Mulheres (Sempi) se reuniram na última quinta-feira (5) na sede da SSP, em Teresina. O encontro teve como principal objetivo alinhar detalhes de uma capacitação que será realizada com profissionais da segurança pública, com foco no acolhimento humanizado de mulheres vítimas de violência doméstica. Essa iniciativa é um passo importante para enfrentar a problemática da violência contra a mulher no estado.
Capacitações a partir de julho
As capacitações destinadas a policiais militares, civis e bombeiros estão previstas para iniciar em julho. Durante a reunião, foi discutida também a metodologia de uma pesquisa que investigará o perfil das mulheres que enfrentam violência no Piauí. Esta pesquisa poderá fornecer dados fundamentais para compreender a realidade vivenciada por essas vítimas e, consequentemente, aprimorar o atendimento e as políticas públicas a serem implementadas.
A secretária de Estado da Segurança Pública, Zenaide Lustosa, destacou a importância dessas capacitações. “Estamos aqui para alinhar a capacitação dos profissionais das Forças de Segurança Pública, criando um serviço mais acolhedor e humanizado. É fundamental que esses profissionais saibam como lidar com a diversidade das mulheres em situação de violência, respeitando suas particularidades”, afirmou.
Pesquisa sobre vitimização feminina
Outro ponto relevante abordado na reunião foi a construção de uma metodologia para uma pesquisa de grande escala sobre a vitimização das mulheres no Piauí. O delegado João Marcelo mencionou a necessidade de entender as subnotificações de casos de violência. Ele afirmou: “O nosso objetivo é investigar o que acontece com as mulheres que não denunciam, por exemplo. A pesquisa também incluirá a eficiência do protocolo ‘Ei, mermã, não se cale’”, uma iniciativa que visa encorajar as vítimas a se manifestarem.
A coronel Elizete Lima ressaltou que essa pesquisa é uma iniciativa pioneira no estado do Piauí. “Estamos considerando a contratação de um instituto de pesquisa que ajude a analisar o perfil das vítimas, não apenas de feminicídios, mas também de casos de violência doméstica que não resultam em morte. Precisamos identificar as razões que levam certas mulheres a não denunciarem suas situações”, enfatizou.
A colaboração entre a SSP e a Sempi representa um avanço significativo no combate à violência contra a mulher no Piauí, através de um trabalho conjunto que busca não apenas melhorar a capacitação dos profissionais de segurança, mas também entender as necessidades e particularidades das mulheres que enfrentam essa dura realidade. A expectativa é que, com a implementação das capacitações e a realização da pesquisa, o estado possa implementar políticas públicas mais eficazes e próximas da realidade das mulheres vítimas de violência.
