Brasil, 6 de junho de 2025
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Bolsonaro nega contatar aliados de Trump sobre sanções no Brasil

Ex-presidente prestou depoimento à PF e negou envolvimento em sanções a autoridades brasileiras.

O ex-presidente Jair Bolsonaro se apresentou à Polícia Federal (PF) na tarde desta quinta-feira, onde forneceu seu testemunho em um inquérito que investiga tentativas do seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de obstruir o processo relacionado à tentativa de golpe de Estado. Durante o depoimento, Bolsonaro negou não apenas ter mantido contato com parlamentares ou membros do governo Donald Trump sobre possíveis sanções a autoridades brasileiras, mas também qualquer intenção de beneficiar sua situação jurídica ou influenciar investigações em curso através das ações de seu filho nos Estados Unidos.

Depoimento à Polícia Federal

O depoimento de Jair Bolsonaro durou cerca de duas horas. Em resposta a uma série de perguntas, ele também confirmou uma reunião com Ricardo Pita, Conselheiro Sênior do Departamento de Estado dos EUA, realizada em 6 de maio, mas não entrou em detalhes sobre o conteúdo da conversa, referindo-se a ela como uma discussão de “teor reservado”.

O ex-presidente, ao deixar a PF, mencionou que transferiu “bastante dinheiro legal” para seu filho, que atualmente reside nos Estados Unidos, como uma forma de garantir seu bem-estar. Ele declarou que a quantia transferida foi de R$ 2 milhões, ressaltando que os custos de vida no exterior são elevados, especialmente considerando que possui netos morando lá.

Origens do montante transferido

Bolsonaro informou que o dinheiro transferido para Eduardo provém dos R$ 17 milhões recebidos de apoiadores por meio de doações via Pix ao longo de 2023, associando a arrecadação a campanhas feitas para cobrir multas que ele teve durante a pandemia de Covid-19. Além disso, enfatizou que a quantia serviu para garantir que seu filho e seus netos não enfrentassem dificuldades financeiras enquanto estão nos Estados Unidos.

Defesa do filho e lobby em Washington

Durante a entrevista coletiva, Bolsonaro também defendeu seu filho, assegurando que ele não está realizando “nenhum trabalho de lobby” nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. “Não é lobby, são fatos que atentam contra os direitos humanos e à liberdade de expressão”, afirmou, acrescentando que as ações de Eduardo seriam voltadas para promover a democracia no Brasil.

Paulo Bueno, advogado do ex-presidente, completou que eventuais sanções que possam ser impostas pelo governo Trump não necessariamente estão ligadas ao inquérito sobre o golpe, mas podem se relacionar a outros acontecimentos, como bloqueios de contas em redes sociais.

Situação de Carla Zambelli

Sobre a situação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que teve sua prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro afirmou que não tem ligação alguma com a parlamentar, que deixou o Brasil rumo à Europa. A situação é delicada, uma vez que seu nome recebeu a inclusão na difusão vermelha da Interpol.

Implicações do inquérito

A Polícia Federal investiga o papel de Eduardo Bolsonaro em supostos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa, e a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Durante a investigação, Jair Bolsonaro foi citado como o beneficiário direto das ações de seu filho, reconhecendo que seria o responsável financeiro pela estadia de Eduardo nos Estados Unidos.

Com todas essas alegações e a constante atenção da mídia, o ex-presidente se posiciona tentando separar sua história da de seu filho, ao mesmo tempo em que defende suas decisões e ações perante autoridades brasileiras e internacionais. O desdobramento deste caso continua a ser uma questão de grande preocupação tanto política quanto social no Brasil.

Enquanto a investigação prossegue, resta saber qual será o impacto das alegações e da defesa de Bolsonaro sobre seus planos futuros e sua influência na política brasileira.

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