Na última quarta-feira (4/6), o youtuber brasileiro Geo Pasch fez um anúncio polêmico em sua conta na rede social X (antigo Twitter): ele revelou a localização exata da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) nos Estados Unidos. A informação, obtida a partir de um vídeo postado pela própria parlamentar, foi acompanhada de coordenadas geográficas que, segundo Pasch, poderiam ajudar a polícia a detê-la em flagrante. Essa situação se deu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a prisão preventiva da parlamentar, solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ação na rede social e resposta do STF
A publicação de Geo Pasch ocorreu logo após a decisão de Moraes sobre a prisão de Zambelli. O youtuber declarou: “Coordenadas para a polícia prender ela [Zambelli] em flagrante”, acompanhando suas palavras com dados que indicavam onde a deputada estava. Tal ato gerou intenso debate nas redes sociais e levantou questionamentos sobre a ética e a segurança envolvidas.
Através de uma análise detalhada do vídeo postado por Zambelli, onde ela aparece em frente a uma farmácia na Galt Ocean Drive, em Fort Lauderdale, na Flórida, jornalistas do Metrópoles conseguiram confirmar a localização indicada pelo youtuber. Fort Lauderdale, conhecida por seus condomínios residenciais e pelas belas praias, fica situada na região metropolitana de Miami e é um destino popular para muitos brasileiros.
GeoGuessr: a técnica utilizada por Pasch
Geo Pasch, cujo nome verdadeiro é João Paschoal, ganhou notoriedade na internet com seus vídeos que utilizam uma abordagem divertida e intrigante para o jogo GeoGuessr. Neste jogo, os participantes são inseridos em ambientes coletados pelo Google Street View e devem usar pistas visuais para adivinhar onde estão no mapa. Essa técnica foi fundamental para que Pasch conseguissse identificar a localização exata da deputada. Com mais de 17 milhões de visualizações em seu canal do YouTube e aproximadamente 300 mil seguidores no TikTok, Pasch mantém uma postura reservada, raramente revelando seu nome verdadeiro.
Fuga e condenação de Carla Zambelli
De acordo com apurações do Metrópoles, Carla Zambelli teria saído do Brasil no dia 25 de maio, logo após ser condenada pela Suprema Corte a dez anos e oito meses de prisão. A travessia ocorreu por via terrestre, pela fronteira com a Argentina, onde não há controle migratório formal, permitindo que ela deixasse o país sem ser registrada pela Polícia Federal. Após cruzar a fronteira, Zambelli teria seguido de carro até Buenos Aires e, subsequentemente, embarcado para um destino desconhecido fora da América do Sul.
Embora tenha confirmado estar na Flórida, Zambelli não revelou seu endereço exato. Sua gravação, onde questiona a constitucionalidade das ações da PGR, circulou rapidamente entre seus apoiadores, impulsionando debates acalorados nas redes.
Impactos da condenação e planejamento futuro
A decisão de Alexandre de Moraes, confirmada na mesma data, gerou repercussão nacional. Zambelli foi considerada culpada de envolvimento em um ataque aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), junto com o hacker Walter Delgatti. Além da condenação, a parlamentar teve seu mandato cassado e se tornou inelegível por oito anos. Apesar disso, ainda cabe recurso, o que possibilita que ela revise sua situação jurídica no futuro.
Após receber a notícia de sua condenação, Zambelli anunciou que se licenciará do mandato. Ela planeja seguir para a Itália, alegando possuir cidadania italiana, e pretende lançar uma campanha internacional contra as decisões do STF, similar ao que já foi feito por outros políticos do seu círculo, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Enquanto o caso de Carla Zambelli se desenrola, a controvérsia em torno da exposição de sua localização e a ação do youtuber Geo Pasch continua a gerar discussões sobre privacidade, responsabilidade nas redes sociais e os limites da exposição pública de figuras políticas.
