O governo brasileiro enfrenta dificuldades para conseguir uma exceção na nova tarifa de 50% sobre o aço imposta pelos Estados Unidos, que já prejudicou o setor siderúrgico do país. Segundo especialistas, essa medida, que elevou a tarifa anterior de 25%, gera uma oneração excessiva e complica a exportação de aço brasileiro para o mercado americano, principal destino atual.
Impacto da tarifa de 50% e possíveis aliados
De acordo com a economista Miriam Leitao, uma ampliação da tarifa para 50% aumenta ainda mais os custos para as empresas brasileiras que exportam aço para os EUA. Ela explica que, se a situação perdurar, o setor brasileiro poderá sofrer perdas significativas.
Lia, outra especialista ouvida pelo O Globo, destaca que, até agora, apenas o Reino Unido conseguiu uma exceção aos Estados Unidos na tarifa, e há possibilidade de negociações semelhantes com o Canadá, maior fornecedor de aço e alumínio para os EUA. Entretanto, mantendo-se a taxa de 50%, será difícil para o Brasil encontrar outros mercados para substituir os exportados atualmente para os Estados Unidos.
Reação da indústria americana e perspectivas
A indústria americana, especialmente a automobilística, que faz uso intensivo de aço, pode exercer forte pressão para que o presidente Donald Trump reveja a decisão. A visita de Trump à fábrica da US Steel na Pensilvânia, logo após o anúncio da tarifa, reforça que a medida tem um caráter populista e político, visando proteger setores estratégicos internos.
Reforma nas negociações e obstáculos
Segundo Miriam Leitao, a negociação por uma exceção brasileira ainda é difícil, pois o governo dos EUA tende a favorecer aliados históricos antes de abrir espaço para o Brasil. A economista avalia que, se não houver concessões, o Brasil terá que buscar alternativas de mercado, o que pode levar tempo e representar perdas comerciais relevantes.
Perspectivas futuras e possíveis medidas
A possibilidade de um acordo com o Canadá e o Reino Unido pode aliviar parcialmente a crise do setor, mas os especialistas alertam que a situação ainda é incerta. O governo brasileiro deve acompanhar as negociações diplomáticas e buscar estratégias para proteger suas exportações de aço.