O caso do influencer Vitor Vieira Belarmino, acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta recém-casado Fábio Toshiro Kikuta, toma novos rumos com a decisão do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que recorreu da soltura do réu. O trágico incidente ocorreu no dia 13 de julho de 2024, na Avenida Lúcio Costa, na zona oeste do Rio de Janeiro. A situação gerou forte indignação na sociedade e levantou discussões sobre responsabilidade e segurança no trânsito.
A gravidade da acusação e a decisão do MPRJ
O Tribunal de Júri da Capital entendeu que as ações de Belarmino representam um grave risco à ordem pública. Foi destacado que, após o atropelamento, o influencer não só retirou o corpo da vítima do veículo, como também o abandonou em via pública e fugiu sem prestar socorro. O MPRJ, em nota, caracterizou essa atitude como uma demonstração de “total menosprezo pela vida humana”.
Histórico de infrações de trânsito
No recurso, o MPRJ ressaltou que Vitor Belarmino possui um histórico preocupante de infrações, contabilizando mais de vinte multas por excesso de velocidade. Tal histórico levanta sérias dúvidas sobre a eficácia de medidas como a suspensão de sua habilitação. Para o MPRJ, é evidente que a simples suspensão não impediria o réu de continuar dirigindo, o que representa um risco ainda maior à sociedade.
“Portanto, em razão da gravidade concreta do caso, que colocou em risco concreto a vida de diversas pessoas, e culminou na violenta e prematura morte dolosa (eventual) de um jovem que havia literalmente acabado de se casar, além do histórico reiterado e recente de infrações de trânsito pelo recorrido, é cabível a imediata restauração de sua prisão preventiva, para assegurar a ordem pública”, afirmou um trecho do recurso.
Liberdade temporária e repercussão nas redes sociais
Na última decisão judicial proferida em 30 de maio, Vitor Belarmino foi solto, o que teve repercussão nas redes sociais. O influencer, que se apresentava como Vitor Freestyle, contava com cerca de 280 mil seguidores. O conteúdo que ele compartilhava era centrado no futebol freestyle, uma modalidade que envolve manobras e acrobacias com a bola, além de imagens de suas viagens e eventos. A frase “abençoado por Deus” era uma constante em sua biografia nas redes sociais.
Após o acidente e a escalada da polêmica, seu perfil foi removido das plataformas, mas as discussões sobre suas ações e o impacto causado na vida de Fábio Toshiro Kikuta e seus familiares permanecem em evidência.
Reações do público
A morte de Fábio Kikuta e o subsequente caso de Vitor Belarmino geraram um forte clamor público. Muitos internautas expressaram sua indignação, pedindo justiça e demonstrando preocupação com a impunidade em casos de crimes de trânsito. A hashtag “JustiçaPorFábio” se tornou popular, reunindo pessoas que exigem uma resposta adequada do sistema judicial.
A situação despertou um debate sobre a necessidade de reformulações nas leis de trânsito e das punições para aqueles que cometem infrações que resultam em acidentes graves. A sensação geral é de que as regras atuais podem não ser suficientes para assegurar a segurança nas vias públicas, especialmente quando se tratam de indivíduos com histórico de desrespeito às leis.
O futuro do processo
Agora, com o recurso do MPRJ em andamento, o futuro do processo contra Belarmino pode passar por uma nova reavaliação. A expectativa é que a Justiça analise detalhadamente as circunstâncias do caso e o histórico do réu, considerando não apenas a gravidade do crime, mas também o impacto emocional e social que suas ações tiveram sobre a comunidade.
O desfecho dessa tragédia continua a ser uma questão de interesse público, servindo como um alerta sobre a responsabilidade de motoristas nas estradas e a importância de um comportamento consciente e responsável ao dirigir.
Acompanhar o andamento desse caso é essencial, pois ele pode influenciar debates sobre segurança no trânsito e levar a mudanças significativas na legislação brasileira.