Brasil, 6 de junho de 2025
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Morre aos 92 anos a arqueóloga brasileira Niède Guidon

Reconhecida por suas contribuições à arqueologia, Niède Guidon faleceu na madrugada desta quarta-feira.

Na madrugada desta quarta-feira, 4 de junho, faleceu a renomada arqueóloga brasileira Niède Guidon, aos 92 anos. A triste notícia foi confirmada por Marian Rodrigues, diretora do Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado em São Raimundo Nonato, Piauí. “Partiu como um passarinho, tranquila”, foi assim que Marian descreveu o momento da partida da especialista, que dedicou sua vida à pesquisa e à preservação do patrimônio cultural brasileiro.

Contribuições significativas para a arqueologia

Niède Guidon foi uma figura polarizadora no campo da arqueologia no Brasil. Nascida em 1933, em São Paulo, ela iniciou sua carreira nos anos 1970 e rapidamente se destacou por suas pesquisas inovadoras na Serra da Capivara, onde descobriu vestígios de presença humana datados de mais de 50 mil anos. Essas descobertas foram fundamentais para a compreensão da humanidade na América do Sul e colocaram o Brasil em destaque no cenário arqueológico mundial.

A Serra da Capivara: um legado preservado

O Parque Nacional da Serra da Capivara, que se tornou mundialmente famoso graças aos estudos de Niède, abriga mais de 1.000 sítios arqueológicos. Essas áreas são ricas em arte rupestre e oferecem uma janela única sobre a vida dos primeiros habitantes deste continente. Guidon lutou incessantemente pela preservação desse patrimônio, contribuindo para a criação e manutenção do parque, que é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1991.

Além da pesquisa

Além de suas pesquisas de campo, Niède também foi ativa na educação e na conscientização pública sobre a importância da preservação cultural. Ela fundou a Fundação Museu do Homem Americano, que tem como objetivo promover estudos sobre a pré-história da América e divulgar a importância da Serra da Capivara. Seu trabalho ajudou a formar novas gerações de arqueólogos e pesquisadores no Brasil.

Reconhecimento e prêmios

Ao longo de sua vida, Niède Guidon foi homenageada com diversos prêmios e reconhecimentos, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Seu trabalho foi fundamental para estabelecer a arqueologia como uma ciência respeitada no país, e sua dedicação à proteção do patrimônio cultural deixou uma marca indelével.

Uma mulher de resistência

Niède Guidon também é lembrada por sua luta por igualdade de gênero dentro do campo da ciência. Ela desafiou as barreiras impostas pela sociedade da época e tornou-se uma referência feminina na arqueologia, inspirando muitas jovens a seguirem seus passos. Sua vida e obra representam uma vitória não apenas para a ciência, mas para todas as mulheres que buscam deixar sua marca em áreas tradicionalmente dominadas por homens.

Aperfeiçoamento contínuo

Ainda que tenha perdido a vida, o legado de Niède Guidon vive através de suas contribuições ao conhecimento científico e à proteção do meio ambiente. Seu trabalho não apenas ajudou a reescrever a história pré-histórica do Brasil, mas também destacou a importância da preservação do patrimônio cultural mundial para as futuras gerações.

Futuro da arqueologia no Brasil

A morte de Niède Guidon representa uma grande perda para a arqueologia e para o Brasil. Contudo, seu legado continua a inspirar pesquisas e iniciativas de preservação cultural. Com sua partida, surge um apelo para que novas vozes sejam ouvidas e novas histórias sejam contadas sobre a rica história do nosso país.

Em um momento como este, relembrar as contribuições de Niède é mais do que uma homenagem; é um convite à reflexão sobre o futuro da ciência e da preservação ambiental no Brasil. Que possamos honrar seu trabalho e continuar a luta por um mundo que valorize suas raízes históricas e culturais.

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