Brasil, 6 de junho de 2025
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Milhares de fiéis celebram a festa dos mártires do Uganda em Namugongo

Nesta terça-feira, comoventes celebrações marcam a festa dos Mártires do Uganda no Santuário de Namugongo, reforçando a fé católica.

Nesta terça-feira, 3 de junho de 2025, milhares de peregrinos e visitantes do Uganda, vindos de toda a África e além, reuniram-se no Santuário dos Mártires do Uganda de Namugongo para comemorar a festa dos 22 católicos executados entre 1885 e 1887 por ordem do Rei Buganda Mwanga II, por se recusarem a renunciar à sua fé.

Acessos e preparação para a celebração

O acesso aos vastos terrenos do Santuário de Namugongo começou às 5h30 da manhã, com os peregrinos enfrentando pacientemente longas filas atrás de rigorosas barreiras de segurança e controles. Muitos foram tomados por profunda reverência, reflexão espiritual e emoção ao se aproximarem do local sagrado. Outros tiveram de caminhar muitos quilômetros para lá chegar.

Este ano, coube à Diocese de Lugazi presidir e animar a celebração litúrgica da Santa Missa, e o tema de 2025 foi: “Ó Senhor, fazei que eu veja de novo, eu, vosso peregrino da esperança”. Antes da Santa Missa, um coro diocesano encheu o ambiente com hinos melodiosos louvando os Mártires do Uganda, reforçando o legado de fé e coragem que os levou ao martírio.

Namugongo: lugar sagrado de fé e esperança

Na sua homilia, o Bispo da Diocese de Lugazi, Dom Christopher Kakooza, deu as boas-vindas aos peregrinos a Namugongo, nomeando-os país a país e descrevendo o local como um sagrado de fé e esperança. O prelado expressou gratidão a Deus pelo dom dos santos mártires, exortando a assembleia dos fiéis a unir-se em oração e rezar em agradecimento pelo dom de um novo Papa, Leão XIV.

Dom Kakooza enfatizou que a peregrinação é uma viagem de fé e esperança que fortalece os fiéis. “Uma santa peregrinação é realizada por pessoas de fé que caminham com Jesus rumo à santidade”, disse o Bispo de Lugazi.

A uma só voz, nós clamamos

A homilia do Bispo teve como base a história evangélica de Bartimeu, o cego que clamou por Jesus nos arredores da cidade de Jericó. “A uma só voz, saímos para clamar ao Senhor com esperança. Viemos na fé dos mártires. Estes mártires deram a sua vida por Cristo”, declarou o prelado de Lugazi. “O Senhor acolheu a pequenina fé de Carlos Lwanga e seus companheiros e transformou-a em algo grandioso.”

O Bispo Kakooza acrescentou: “Podemos enfrentar desafios, mas a nossa esperança nos convoca a transcender as atrações mundanas. Somos convidados a participar nesta viagem espiritual de comunhão com Deus e com os outros. É uma viagem que exige resiliência e perseverança.” Afirmações que ressoavam com força entre os peregrinos que superlotavam o santuário.

Celebrar o Dia dos Mártires com oração e penitência

A celebração deste ano foi vibrante, marcada por melodias católicas tradicionais locais e impulsionada por um número crescente de peregrinos internacionais do Quênia, Tanzânia, Ruanda, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Malawi, Moçambique, África do Sul e Zâmbia. Além disso, fiéis dos Estados Unidos, Europa e Ásia também participaram dos eventos.

Entre os participantes, estavam várias autoridades governamentais e tradicionais, incluindo a Vice-Presidente do Uganda, Jessica Alupo, e o Núncio Apostólico cessante do Uganda, o Arcebispo italiano Luigi Bianco, junto a vários bispos locais, sacerdotes, religiosos e leigos.

Fracassada tentativa terrorista em Munyonyo

Na manhã do mesmo dia, a agência de notícias Reuters informou que a unidade antiterrorista do Uganda interceptou e frustrou uma possível tentativa de ataque terrorista no bairro de Munyonyo, em Kampala. Segundo relatos, uma explosão teria matado dois alegados terroristas, incluindo uma bombista suicida, que possivelmente se dirigiam para a localidade de Munyonyo. Não foram registrados outros feridos ou mortos.

As autoridades acreditam que os atacantes estavam ligados às Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde ugandês sediado no Congo e aliado à organização terrorista Estado Islâmico. O porta-voz do exército ugandense, Chris Magezi, declarou em sua conta no X (antigo Twitter) que “interceptamos e neutralizamos dois terroristas armados em Munyonyo”.

Para muitos ugandenses nas redes sociais, o ataque frustrado foi visto como uma intervenção divina, mediada pelos Mártires do Uganda, reafirmando a crença na proteção divina.

Visita histórica do Papa Paulo VI ao Uganda

Os Mártires do Uganda foram canonizados pelo Papa São Paulo VI em 1964. Em julho de 1969, o Papa se tornou o primeiro pontífice reinante a visitar a África Subsariana, viajando para o Uganda e peregrinando ao local do martírio em Namugongo. O local foi novamente visitado pelo Papa São João Paulo II em 1993 e pelo Papa Francisco em 2015, que celebrou uma Missa no santuário durante sua visita ao Uganda.

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