Brasil, 6 de junho de 2025
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Marinha expulsa suboficial condenado por atos golpistas

Marco Antônio Braga Caldas é o primeiro militar a ser expulso por participação na invasão do 8 de janeiro; entenda o caso.

A expulsão do suboficial da reserva Marco Antônio Braga Caldas, de 51 anos, marca um evento significativo na história recente das Forças Armadas brasileiras. Caldas foi condenado a 14 anos de prisão pelos atos golpistas que ocorreram em 8 de janeiro de 2023, quando houve a invasão dos prédios dos Três Poderes em Brasília. Este caso não só destaca a tensão política atual, mas também o papel das Forças Armadas no enfrentamento do extremismo e na defesa da democracia no Brasil.

Decisão do Conselho de Disciplina da Marinha

A decisão de expelir Braga Caldas foi tomada em um Conselho de Disciplina, um colegiado específico formado pela Marinha para deliberar sobre a situação de um militar após condenação judicial. O argumento apresentado é que a expulsão do suboficial é fundamental para manter a disciplina e a ordem dentro das Forças Armadas. Em nota, a Marinha confirmou: “Informamos que foi proferida a decisão no referido Conselho de Disciplina, no sentido da exclusão a bem da disciplina do militar”.

A condenação de Braga Caldas, que ocorreu em março de 2024, incluiu acusações graves como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado e associação criminosa armada. O Supremo Tribunal Federal (STF) já havia determinado a prisão preventiva do suboficial antes mesmo do cumprimento da pena, citando “fundado receio de fuga do réu”.

Contexto da prisao e implicações

O suboficial da reserva foi preso dentro do Palácio do Planalto no dia da invasão e, desde então, está detido na Escola de Aprendizes de Marinheiros, em Florianópolis. Ele se tornou o primeiro militar a ser expulso por participar dos eventos de 8 de janeiro, mas não deve ser o último. Outros membros das Forças Armadas poderão enfrentar sanções semelhantes caso sejam condenados por sua participação em ações golpistas.

Lista crescente de acusados

Recentemente, o STF acolheu a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra outros seis indivíduos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e cinco militares. Dentre eles, destacam-se nomes notáveis, como o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército, e o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, o que indica que a investigação pode se estender e gerar mais desdobramentos.

Além destes, dois ex-ministros, os generais da reserva Braga Netto, que atuou como Ministro da Defesa e da Casa Civil, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, estão também entre os implicados na denúncia, juntamente com o tenente-coronel Mauro Cid, que celebrou um acordo de delação premiada.

Papel das Forças Armadas na democracia brasileira

A expulsão de Braga Caldas acende um alerta sobre o compromisso das Forças Armadas com os valores democráticos do Brasil, além de ser um recado claro sobre a posição do governo em relação a ações que ameaçam a ordem constitucional. A situação atual coloca em evidência um debate mais amplo acerca do papel das instituições militares no país e suas responsabilidades no cenário político.

Esses eventos seguirão sendo acompanhados de perto, não só pelas Forças Armadas, mas também pela sociedade civil, que observa atentamente a resposta do governo e o cumprimento da justiça. A expectativa é de que a continuação dos julgamentos traga consequências e a realocação na percepção do papel dos militares em um Estado Democrático de Direito. À medida que novos desdobramentos surgem, a população se posiciona, demandando accountability e compromisso com os princípios democráticos.

A continuidade desse caso nos lembrará que a defesa da democracia é um esforço coletivo e que todos, independentemente de sua posição, devem ser responsabilizados por suas ações.

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