Pela primeira vez em seu terceiro mandato, uma pesquisa revelou que a maioria dos católicos (53%) desaprova o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse dado foi apresentado na nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira. O levantamento mostrou que apenas 45% dos integrantes desse grupo religioso aprovam a gestão, enquanto 2% não sabem ou não responderam.
Queda na popularidade entre católicos
A tendência de queda na aprovação do governo entre católicos vem sendo observada desde o início do ano. Em janeiro, 52% dos católicos avaliavam a gestão Lula de maneira positiva. Em julho de 2024, o cenário era um pouco mais favorável, com 60% de aprovação e 37% de desaprovação. Contudo, os dados atuais indicam uma mudança significativa de percepção, causando preocupação dentro do governo.
Discrepância entre católicos e evangélicos
Em contraste, a desaprovação entre evangélicos permaneceu estável em 66%. Apenas 30% desse segmento aprovam o governo Lula. Comparando com os números de julho do ano passado, houve um aumento de 14 pontos percentuais na desaprovação, refletindo um descontentamento crescente. Essa disparidade entre católicos e evangélicos indica um desafio significativo para o presidente, que já está enfrentando dificuldades para conquistar a confiança desses grupos religiosos.
Dados da pesquisa e confiabilidade
A pesquisa, realizada pela Genial Investimentos, entrevistou 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 29 de maio e 1º de junho deste ano. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%, o que confere uma robustez ao levantamento.
Contexto político e desafios do governo
Como noticiado anteriormente, Lula tem enfrentado uma série de desafios em relação à sua base de apoio. O presidente tenta articular uma estratégia que visa equilibrar a imagem do governo com as necessidades e expectativas dos segmentos religiosos, especialmente em um contexto em que há uma crescente articulação bolsonarista entre líderes católicos e evangélicos, que estão se mobilizando contra a administração petista.
A nova pesquisa Genial/Quaest evidencia a continuidade da trajetória de queda da popularidade do presidente Lula, embora em um ritmo mais lento. A taxa de desaprovação subiu de 56% em março para 57%, marcando a maior reprovação desde o início do mandato atual. Simultaneamente, a aprovação do desempenho do Executivo apresentou uma leve variação, passando de 41% para 40%.
Implicações para o futuro político de Lula
Esse cenário, que se mantém estável em relação à pesquisa anterior, apesar da margem de erro, projeta uma continuidade do ciclo de deterioração da imagem do governo. A última vez em que a maioria demonstrou satisfação com o trabalho da gestão Lula foi em dezembro do ano passado, quando 54% apoiavam a administração. Infelizmente, esse número já foi reduzido em 14 pontos percentuais.
A queda de popularidade não atinge apenas a imagem do presidente, mas também pode influenciar em sua capacidade de governar e implementar políticas públicas, refletindo uma erosão da confiança popular. Em média, cerca de 43% dos respondentes se diziam insatisfeitos em pesquisas anteriores, uma marca que aumentou 13 pontos percentuais em relação aos índices atuais.
Assim, a pesquisa Genial/Quaest traz um alerta sobre o estado da popularidade do governo, e os números indicam que o presidente Lula terá que enfrentar não apenas a insatisfação da população, mas também um quadro político desafiador, onde a união de setores opostos pode colocar em risco sua continuidade no Palácio do Planalto.