Nesta quarta-feira (3), a deputada estadual Beth Sahão (PT) solicitou à Polícia Federal (PF) a investigação de ameaças às integrantes da bancada feminina da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O órgão federal confirmou que a apuração está em andamento, em uma fase preliminar que antecede a abertura de um inquérito formal. Até o momento, não foram divulgados nomes de possíveis suspeitos.
A gravidade da situação
A deputada Beth Sahão destacou a seriedade das ameaças, que costumam ser direcionadas de forma particular às mulheres. “O que chama a atenção é que esse tipo de violência se manifesta como uma ameaça às nossas vidas. É fundamental que esse caso seja investigado a fundo para que não tenhamos uma tragédia como tantas que já vimos em nosso país”, afirmou Sahão.
As deputadas expressaram sua preocupação através de uma nota conjunta nas redes sociais, denunciando que, embora algumas já tenham enfrentado episódios semelhantes, esta é a primeira vez que as ameaças são direcionadas de forma coletiva a todas as mulheres da Casa.
Conteúdo do material ameaçador
O material que gerou alarme continha referências nazistas e ofensas referentes a várias deputadas, além de ameaças diretas a toda a bancada feminina. Diante do ocorrido, parlamentares de diversos partidos, do PT ao PL, manifestaram seu repúdio e solidariedade.
André do Prado (PL), presidente da Alesp, também se posicionou sobre o caso: “Nenhuma agressão pode ser tolerada”, enfatizando a necessidade de proteção a todas as parlamentares.
Encaminhamentos e ações da segurança pública
O episódio chocante foi comunicado à presidência da Alesp e à Polícia Civil. Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) informou que agentes de segurança apreenderam um computador e um celular na residência de um suspeito de 28 anos, cujo nome não foi revelado.
Crescimento da bancada feminina na Alesp
Outro ponto importante é que a presença feminina no Legislativo paulista tem aumentado nos últimos anos, passando de 11 para 24 deputadas entre 2014 e 2022. No entanto, elas ainda representam uma minoria em um ambiente predominantemente masculino, que conta atualmente com 70 parlamentares homens.
Essa realidade evidencia a luta contínua das mulheres no cenário político, enfrentando não apenas as dificuldades inerentes à busca por representação, mas também a violência e as ameaças que, lamentavelmente, ainda fazem parte da experiência feminina na política brasileira.
O caso em questão é uma chamada à ação para que o Legislativo e a sociedade se unam na luta contra a violência de gênero e garantam um ambiente seguro e respeitoso para todas as mulheres, especialmente aquelas que ocupam cargos públicos e estão na linha de frente das decisões políticas do país.
A sociedade civil e os órgãos responsáveis pela segurança têm o dever de agir de maneira proativa, assegurando que cada ameaça recebida por uma parlamentar seja tratada com a seriedade que merece, protegendo assim não apenas as deputadas, mas a integridade do próprio processo democrático.