Entre abril de 2024 e abril de 2025, a cesta junina — composta por 12 itens tradicionais, como milho, arroz, vinho e tecidos — apresentou alta de 3,81%, segundo análise de Maria Giulia Figueiredo, analista de research da Rico, com base no IPCA. Apesar do aumento, os preços ficaram abaixo da inflação oficial do período, de 5,53%.
Variações nos preços dos alimentos típicos e fatores de influência
Produtos como arroz, milho e fubá tiveram redução nos preços nos últimos 12 meses. O arroz recuou 8,85%, a farinha de milho caiu 2,86%, e o milho-verde em conserva ficou 4,61% mais barato. Este movimento é explicado por boas safras em 2024, com previsão de crescimento de 14,8% na colheita de arroz e alta de 9,9% na produção de milho na safra 2024/25, conforme dados da Conab.
Por outro lado, itens como óleo de soja tiveram forte alta, de 23,16%, impulsionada pela demanda por biodiesel e por problemas de oferta no mercado global, segundo Maria Giulia. A carne-seca acumulou aumento de 13,07% e o aipim, usado em muitas receitas juninas, subiu 4,40%. Além disso, bebidas alcoólicas também ficaram mais caras, com o vinho aumento de 5,13% e a cerveja, 4,51%.
Impactos da economia brasileira na formação de preços
A analista explica que a complexidade do mercado de alimentos e produtos típicos das festas juninas reflete uma combinação de fatores, como safras, clima, logística, câmbio e demanda sazonal. Para 2025, ela projeta um leve alívio nos preços devido ao excelente volume de colheitas e à política monetária mais restritiva.
Outro fator que elevou custos foi a alta de aproximadamente 27% do dólar em 2024, encarecendo insumos importados, como vidro e cortiça, afetando bebidas. Além disso, gargalos logísticos internos dificultam o armazenamento e elevam os custos de frete, especialmente para carnes e óleos, agravando o aumento nos preços de produtos essenciais às festas.
Comparativo de preços e cenário de longo prazo
Nos últimos cinco anos, os produtos da cesta junina tiveram alta acumulada de 51,59%, superando a inflação geral, de 36,77%. O aumento mais expressivo foi observado na mandioca, óleo de soja e tecidos, que tiveram elevações acima da média geral.
Maria Giulia destaca que, apesar do ajuste moderado em 2024, a persistência de fatores como variações cambiais e dificuldades logísticas indica que os preços dos alimentos típicos das festas juninas continuam sujeitos às oscilações do mercado. Para 2025, a expectativa é de estabilidade ou redução moderada nos preços, graças às boas safras e às políticas de controle monetário.
Mais detalhes sobre os movimentos de preços e fatores econômicos podem ser consultados na análise completa pelo Fonte original.