Brasil, 6 de junho de 2025
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Carla Zambelli é condenada a 10 anos de prisão pelo STF

A deputada federal Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por invasão ao CNJ e corrupção de dados.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada a dez anos e oito meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em 17 de maio deste ano. A decisão, que representa um marco significativo no cenário político brasileiro, se fundamenta na participação da parlamentar na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023, e na inserção de documentos falsos na plataforma digital. O caso levanta importantes questões sobre a segurança das informações no âmbito da Justiça e a integridade das instituições públicas.

O envolvimento no crime e as penas aplicadas

O hacker Walter Delgatti Neto, responsável pela execução da invasão, também foi condenado a oito anos de prisão. Ele é conhecido por seu histórico de envolvimento em outros episódios de acesso indevido a sistemas digitais, o que reforça a gravidade da situação. Em um desdobramento adicional, o STF não apenas ratificou as penas de prisão, mas também determinou que Carla Zambelli perca seu mandato parlamentar, uma medida que só será aplicada após o trânsito em julgado do processo, quando não houver mais possibilidade de recurso.

A sentença inclui ainda o pagamento de uma indenização no valor de R$ 2 milhões, a ser quitada solidariamente por Zambelli e Delgatti. Ambos foram considerados culpados pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, o que mostra a seriedade das acusações e a necessidade de responsabilização de figuras públicas.

Fuga para o exterior

Nessa terça-feira (3/6), surgiram notícias de que a deputada federal Carla Zambelli havia deixado o Brasil. Segundo apurações do Metrópoles, a parlamentar saiu do país no dia 25 de maio, poucos dias após ser condenada pela Suprema Corte. A travessia aconteceu por via terrestre, pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu (PR).

Após deixar o Brasil, Zambelli seguiu de carro até Buenos Aires e, de lá, embarcou para um destino fora da América do Sul. O fato de que a passagem entre Brasil e Argentina nessa região não requer controle migratório formal possibilitou que sua saída não fosse registrada pela Polícia Federal. Apesar de sua condenação, Zambelli poderia viajar para fora do país, uma vez que seu passaporte foi liberado pelo STF e não existem restrições de movimentação durante a fase recursal do processo.

Pedido de prisão preventiva e a defesa da deputada

Após a confirmação de que ela estava no exterior, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou sua prisão preventiva. O pedido foi acatado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que também determinou a inclusão de Zambelli na lista de procurados da Interpol. Essa inclusão na “difusão vermelha” permite a cooperação internacional para localizar e extraditar pessoas foragidas, indicando a seriedade das acusações contras a parlamentar e suas implicações internacionais.

A PGR justificou sua medida afirmando que as ações de Zambelli e Walter Delgatti comprometem a segurança do Poder Judiciário e colocam em risco a integridade dos sistemas da Justiça brasileira. Esse caso não apenas evidencia a responsabilidade individual de Zambelli, mas gera um debate mais amplo sobre a necessidade de proteção dos dados e sistemas governamentais.

Desdobramentos da defesa

Apesar da condenação, a defesa de Zambelli protocolou um recurso contra a decisão da Primeira Turma do STF, alegando cerceamento de defesa. Os advogados sustentam que não tiveram acesso completo a provas relevantes durante o processo, incluindo dados que estariam armazenados na plataforma “mega.io”. No entanto, após a saída da parlamentar do Brasil, a equipe jurídica deixou o caso, criando uma nova camada de complexidade na defesa de Zambelli.

O advogado Daniel Bialski, que representava Zambelli, anunciou a sua saída, alegando que foi informado pela deputada de que ela estava fora do Brasil para tratamento de saúde. Essa decisão levanta questionamentos sobre as próximas etapas do processo e como a defesa será conduzida na sua ausência.

Implicações políticas e sociais

A condenação de Carla Zambelli gera um frisson no cenário político brasileiro, refletindo a tensão entre os poderes e destacando a reestruturação necessária para a segurança das informações. Esse caso pode se tornar um balizador para o tratamento de crimes envolvendo políticos e o uso de tecnologia para intervir em sistemas protegidos. A sociedade brasileira observará com atenção os desdobramentos dessa situação, especialmente a possibilidade de extradição e como isso pode afetar o comportamento de outros políticos envolvidos em controversies semelhantes.

Conforme o Brasil se defronta com desafios na segurança de seus sistemas e a credibilidade de suas instituições, a condenação de figuras públicas como Carla Zambelli ressalta a urgência de soluções eficazes e a responsabilidade coletiva em zelar pela integridade do Estado democrático. O caso promete ser um tema de debate por um longo período, refletindo questões sobre ética, poder e justiça no Brasil contemporâneo.

O futuro de Carla Zambelli e as implicações de suas ações ainda estão em conformidade com o andamento da justiça e a maneira como a sociedade brasileira reage a estas decisões.

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