No dia 4 de junho, representantes do Congresso Nacional se reuniram na abertura do 11º Fórum Parlamentar do Brics, em Brasília. O evento teve como foco a importância de fortalecer as relações entre os países do Sul Global, além de discutir os desafios geopolíticos enfrentados por nações emergentes. A participação ativa de parlamentares de 15 países do bloco, como Rússia, China, Índia e África do Sul, marcou a discussões sobre saúde global, regulação da inteligência artificial e desenvolvimento sustentável.
Participação destacada e propostas revolucionárias
A abertura foi prestigiada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e contou também com a presença de parlamentares de países parceiros, evidenciando a união do bloco em um momento de incertezas internacionais. Um dos temas centrais defendidos pelos representantes brasileiros foi a necessidade de reformar organismos internacionais, garantindo maior voz para países da África, Ásia e América Latina, assim como o uso de moedas locais em transações comerciais, em detrimento do dólar.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, enfatizou que a atual conjuntura internacional é permeada por tensões geopolíticas, onde a promoção de comércio e investimentos entre nações do Sul Global se torna crucial. “É preciso discutir como diversificar e fortalecer iniciativas que reduzam custos de transação e ampliem oportunidades de negócios”, ressaltou.
O papel do Novo Banco de Desenvolvimento
Motta também destacou a importância do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que tem à sua frente a ex-presidente Dilma Rousseff, como um motor para novos investimentos voltados para o crescimento com inclusão social e sustentabilidade ambiental. Essa abordagem do banco é vista como uma forma de apoiar não apenas o desenvolvimento econômico, mas também o social das nações do bloco.
Críticas à política norte-americana
A discussão no fórum não deixou de lado as críticas ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cuja postura unilateral tem sido alvo de reprovação. O coordenador do Fórum Parlamentar do Brics, o deputado Fausto Pinato, argumentou que o mundo não necessita de um “xerife que impõe seu poder”. Ele enfatizou a importância de parcerias respeitosas e recíprocas, repudiando atitudes que ameaçam a soberania de outras nações.
“Trump abandonou a diplomacia e está se colocando como um ditador da economia global”, criticou Pinato. “Não podemos aceitar isso.”
Reformas necessárias na ONU
Além das tensões geopolíticas causadas por potências fora do bloco, a estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU) também foi abordada. O senador Humberto Costa criticou a organização, afirmando que sua estrutura ainda remete a cenários de muitas décadas atrás, desconsiderando a ascensão de novos atores globais. “Os sistemas atuais ignoram o surgimento de novos protagonistas que têm importante papel na política internacional”, afirmou.
BRICS em expansão
A presidência do Brasil dentro do bloco ocorre em um momento crucial de sua expansão, com a entrada recente de novos membros, incluindo a Indonésia, e a inclusão de países parceiros. Estes avanços são reflexo do compromisso do grupo em se tornar uma alternativa forte ao unilateralismo e à hegemonia ocidental, enfatizando a construção de soluções coletivas para os desafios globais atuais.
O Brics sempre buscou representar uma nova ordem internacional, onde a cooperação é vista como a chave para lidar com problemas comuns, buscando um desenvolvimento mais justo e sustentável. Com a presença de novas nações e fortalecimento das relações entre os membros, o bloco continua a se afirmar como um relevante ator geopolítico no cenário global.
O 11º Fórum, portanto, não só reforçou a agenda do Brics, mas também serviu como um espaço de diálogo vital entre países que compartilham interesses comuns e buscam autonomia nas suas estratégias de desenvolvimento e cooperação.