No Colégio Santa Maria, em Belo Horizonte (MG), uma grave denúncia está chamando a atenção: pelo menos 17 alunas do ensino médio afirmam ter suas imagens manipuladas por inteligência artificial (IA) para a criação de conteúdos pornográficos. A situação foi exposta pela influenciadora Ive Moreira, irmã de um ex-aluno da instituição, em um vídeo que já acumulou mais de 159 mil visualizações no TikTok em menos de 24 horas.
Denúncia alarmante nas redes sociais
No vídeo, Moreira revela que, há mais de um ano, estudantes da escola têm utilizado fotos disponíveis nas redes sociais das vítimas para gerar imagens íntimas falsas, que circulam em grupos de Telegram e WhatsApp. “Qualquer um pode acessar esses conteúdos”, afirmou a influenciadora, sublinhando o absurdo da situação.
@ivzada_ Por favor, marquem páginas que possam nos ajudar com a visibilidade. Essas meninas são CRIANÇAS e não merecem isso. Divulguem! #urgente
Impacto psicológico nas vítimas
As idades das vítimas variam entre 12 e 17 anos, e segundo Moreira, os nome delas são constantemente associados às imagens. A influenciadora ainda relatou que alguns jovens fazem competições para ver quem consegue mais se masturbar ao observar as fotos manipuladas das vítimas. “Esses meninos riem das vítimas nos corredores e as perseguem”, declarou Ive.
Além do peso psicológico que essa situação impõe às alunas, há indícios de que o material manipulado estaria sendo vendido em grupos de alunos da própria escola.
Reação dos estudantes e das autoridades
Em resposta à denúncia, alunos do 3º ano do ensino médio publicaram uma nota de repúdio, classificando os atos como “importunação sexual, exposição indevida e violência digital”. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) já iniciou investigações após demanda da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) orientou as vítimas a comparecerem à Delegacia Especializada de Apuração de Ato Infracional, situada na rua Rio Grande do Sul, 661, Barro Preto, para formalizar as denúncias.
Ações das vítimas e iniciativas da escola
Na quinta-feira (5/6), as famílias das adolescentes planejam registrar boletins de ocorrência. “As meninas estão sendo obrigadas a apagar suas fotos do Instagram para evitar que novas imagens sejam manipuladas”, explica Moreira.
O Colégio Santa Maria manifestou seu posicionamento, afirmando que está implementando medidas de acolhimento às vítimas e seus familiares, convocando os supostos envolvidos e seus responsáveis, além da aplicação de sanções disciplinares conforme o regimento interno. A escola também intensificará ações educativas sobre bullying e crimes cibernéticos.
Além disso, a instituição comprometeu-se a comunicar o caso ao Conselho Tutelar, ao Ministério Público de Minas Gerais e à Delegacia de Crimes Cibernéticos.
A importância da conscientização e proteção das vítimas
Este caso ressaltou a necessidade urgente de um debate sobre segurança digital e respeito às privacidades das jovens, especialmente em uma era em que a tecnologia avança rapidamente. As vítimas não apenas enfrentam consequências emocionais, mas também sociais, devido à exposição e ao estigma associados a esse tipo de violência.
Enquanto essas investigações continuam, é essencial que sociedade e instituições educacionais se unam para garantir a proteção dos jovens e promover uma cultura de respeito e responsabilidade nas interações online. Precisamos estar atentos para que casos como esse não voltem a ocorrer, e para que os responsáveis sejam devidamente punidos. O que se observa é um chamado à ação para proteger as futuras gerações de abusos dessa natureza.