Brasil, 5 de junho de 2025
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Wall Street aposta nos centros de dados para IA: será a próxima bolha?

Investimentos bilionários em data centers impulsionados pela inteligência artificial enfrentam incertezas e questionamentos sobre excesso de oferta

A demanda por centros de dados voltados à inteligência artificial está movimentando bilhões de dólares em Wall Street. Empresas como a Blackstone, maior firma de private equity do mundo, continuam investindo pesado, mas começam a surgir sinais de alerta sobre uma possível bolha no setor.

Investimentos e avanços na infraestrutura de data centers para IA

Desde 2003, quando Chad Williams construiu seu primeiro centro de dados no Kansas, a indústria evoluiu rapidamente. Atualmente, gigantes como a Blackstone aplicaram mais de US$ 100 bilhões em aquisição e financiamento de centros de dados ao redor do mundo, destacando a importância estratégica dessa infraestrutura para a economia digital e a IA.

Segundo o OGLOBO, a empresa fundada por Williams, a Quality Technology Services (QTS), é um dos principais nomes nesse setor, alugando instalações para Amazon, Meta, Google e outras gigantes da tecnologia. Esses data centers utilizam tecnologia avançada de resfriamento e energia para suportar os sistemas de IA, que consomem de 10 a 20 vezes mais energia por servidor em comparação à computação convencional.

O auge dos investimentos e os sinais de alerta

O momento de forte expansão levou investidores a brincarem com o termo “Braggawatt”, uma combinação de megawatt e “gabar”, refletindo a medição de potência elétrica dos data centers. Entretanto, a recente pausa da Microsoft na construção de novos centros em Ohio reacende a preocupação com um possível excesso de oferta, com empresas de tecnologia recuando de contratos de locação.

Apesar disso, a Blackstone declarou que há uma demanda contínua por parte de companhias de IA dispostas a assinar contratos de 15 a 20 anos, com o objetivo de garantir a estabilidade do retorno sobre seus investimentos — um movimento que, segundo analistas, pode alimentar uma eventual bolha se os centros excessivos não forem necessários no futuro.

A incerteza pós-chatGPT e o questionamento do mercado

O lançamento do ChatGPT em 2022 acelerou a febre por IA, levando Nvidia, Microsoft e outras a investir pesadamente em infraestrutura. Porém, a recente descoberta da startup chinesa DeepSeek de sistemas de IA que consomem menos energia sugere que a necessidade de centros de dados altamente caros pode diminuir, preocupando investidores sobre o valor a longo prazo desses ativos.

Especialistas como Karl Kuchel, do banco Macquarie, apontam que ainda é uma incógnita se haverá compradores capazes de sustentar o mercado de centros de dados quando as empresas de private equity decidirem vender suas posições. Ainda assim, a Blackstone mantém sua aposta, reforçando que suas operações são sustentadas por fundos que mantêm os investimentos por períodos longos.

Desafios de sustentabilidade e custos operacionais

Operar esses data centers é complexo e custoso, principalmente pelo alto consumo de energia. Para garantir disponibilidade de 99,999%, costuma-se falar em “cinco noves”, ou seja, apenas cinco minutos de indisponibilidade por ano. Investimentos em usinas de energia, tecnologia de resfriamento eficiente e automação são essenciais e elevam ainda mais os custos.

Mesmo com evidências de possíveis sinais de excesso, firmas como a Blackstone continuam firmes na estratégia, construindo em regiões como Austrália, Frankfurt e Paris, e fortalecendo parcerias com empresas como a Digital Realty.

Perspectivas futuras e dúvidas do mercado

Na esteira da valorização das ações de empresas de centro de dados, como a CoreWeave, a dúvida permanece se o setor suportará a eventual venda de ativos por parte das firmas de private equity, ou se uma possível reavaliação das estratégias levará a uma saída gradativa. A Blackstone, por ora, aposta na continuidade dos investimentos, mesmo após movimentos pontuais como a pausa na construção da Microsoft.

O setor de data centers para IA encontra-se em um momento crucial. Sua evolução irá depender do ritmo da demanda real por IA, da sustentabilidade econômica dos projetos e do desenvolvimento de tecnologias que possam reduzir custos e consumo energético.

Mais detalhes sobre as movimentações nesse setor podem ser acompanhados no fonte original.

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