Brasil, 4 de junho de 2025
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STF conclui depoimentos na trama golpista com apontamentos polêmicos

Depoimentos reforçam denúncia contra Bolsonaro e revelam tensões no STF.

Após a conclusão da fase de depoimentos no processo da trama golpista, o Supremo Tribunal Federal (STF) reuniu informações que, segundo magistrados, consolidam as alegações da Procuradoria-Geral da República (PGR). Com um total de 52 testemunhas ouvidas, a expectativa é que os próximos passos processuais sejam igualmente impactantes e reveladores.

Depoimentos reforçam acusações vigentes

A avaliação, após a “maratona” de depoimentos, era de que as testemunhas da acusação trouxeram elementos significativos à denúncia. Entre os ouvintes estavam figuras proeminentes, como ex-comandantes das Forças Armadas, cujas falas foram consideradas pelos ministros do STF como “contundentes”. Em contrapartida, os depoimentos da defesa não trouxeram novas informações que mudassem a percepção já estabelecida.

A tensão nas audiências

Durante a audiências, o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, confirmou ter sido convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para discutir a possibilidade de um Estado de Sítio ou de Defesa, provocando reações significativas na corte. Os ministros esperavam esclarecimentos e, ao longo das falas, trechos de depoimentos foram reavaliados, especialmente as falas de pessoas estratégicas como o general Freire Gomes.

Freire Gomes notou a existência de instrumentos legais previstos na Constituição, defendendo que não se sentiu incomodado com tais discussões. No entanto, o relator do processo, Alexandre de Moraes, questionou a qualidade das informações, evidenciando discordâncias em relação a depoimentos anteriores que envolviam a Polícia Federal. O apoio a versões contraditórias por parte das testemunhas levanta questões sobre a credibilidade das defesas apresentadas até o momento.

Reuniões e ameaças: revelações de Baptista Junior

Um dos pontos altos das audiências foi o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, que corroborou a narrativa acerca de reunião onde o ex-chefe do Exército, ao tratar com Bolsonaro, havia ameaçado prender o ex-presidente. Isso lançou luz sobre os desentendimentos internos nas Forças Armadas, além de confirmar a possibilidade de ações consideradas antidemocráticas.

Baptista Junior descreveu momentos em que o almirante Garnier teria falado sobre as tropas estarem à disposição do presidente, uma afirmação que gerou debates acalorados sobre interpretações e intenções. O ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, cuja defesa estava diretamente envolvida na polêmica, acabou sendo confrontado por Moraes, que se mostrou intolerante com sua retórica evasiva.

Defesa de Bolsonaro: discurso de inocência

Na sessão de depoimentos, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou que não havia menção alguma de tentativa de golpe durante sua convivência com Bolsonaro. Contemplando a narrativa de que o ex-presidente não tinha intenções golpistas, Freitas insistiu que o governo Bolsonaro enfrentou crises significativas, mas se manteve dentro dos limites do estado de direito.

Freitas argumentou que, durante os encontros com Bolsonaro nos meses finais de seu mandato, não houve alucinações sobre qualquer ato de ruptura. Tal linha de raciocínio visa absolver Bolsonaro de acusações mais graves, onde o espectro de um golpe se torna um pesadelo para a política nacional.

Momento de tensão e futuro do processo

As tensões não ficaram restritas ao conteúdo dos depoimentos. Um momento de embate ocorreu entre Alexandre de Moraes e Aldo Rebelo, em que Moraes insinuou a possibilidade de prisão ao ex-ministro por desacato, evidenciando que o clima ao redor do processo está longe de ser tranquillo. Rebelo se defendeu, chamando atenção para a liberdade de expressão e a interpretação linguística, ao afirmar que expressões não devem ser lidas de forma literal.

Com a fase de depoimentos encerrada, os próximos passos processuais começam em breve, com os interrogatórios dos réus agendados para a próxima semana. O primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, que pode fornecer ainda mais clareza ao enredo perturbador. Em um contexto onde a política e os desdobramentos jurídicos se cruzam, a sociedade brasileira mantém-se atenta às decisões do STF e ao impacto delas na democracia.

Os réus terão a opção de permanecer em silêncio durante suas audiências sem a obrigação de se auto-incriminar. A expectativa é que as interrupções e desgastes continuem gerando discussões intensas enquanto o STF prossegue na análise da trama golpista.

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